A primeira negociação de créditos de carbono do RenovaBio precificou os CBIOs a R$ 50, equivalente a US$ 9,92, no câmbio desta sexta (12). Os 100 créditos foram comprados no mercado de balcão da B3 pela Datagro Conferences, unidade de eventos da consultoria Datagro.
Em nota, a consultoria afirmou que os CBIOs serão utilizados para neutralizar as emissões de carbono relacionadas aos eventos realizados em 2020. Cada crédito corresponde ao abatimento de 1 tonelada de carbono.
“Na Califórnia, esta semana cada tonelada de carbono relacionada ao programa Low Carbon Fuels Standard foi negociada pelo valor de 212 dólares”, informou a Datagro.
“[As aquisições de CBIO] estimulam o aumento de eficiência energética e ambiental, e não só irão ajudar a limpar o planeta, mas também a reduzir o preço do combustível para o consumidor”, afirmou Luiz Felipe Nastari, diretor da unidade de negócios, no comunicado.
Os créditos foram negociados com a Adecoagro, que produz etanol e usinas no Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. A escrituração foi feita por meio do Santander.
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A proposta para revisão do RenovaBio prevê redução de 50% nas metas, de 29 milhões para 14,5 milhões, relativos a 2019 (parcial) e 2020.
O Ministério de Minas e Energia (MME) recebe contribuições até 4 de julho.
A revisão do Renovabio foi feita em resposta à queda no consumo de combustível, especialmente em abril, quando a crise provocada pela pandemia de covid-19 atingiu, especialmente, os mercados de gasolina e etanol hidratado. A demanda de diesel foi menos atingida e se recupera mais rapidamente.
Ao longo da vigência do programa, a nova curva proposta de aquisição compulsória de créditos de carbono pelo setor de distribuição de combustíveis parte de -50% em 2020, em relação às metas anteriores, e sobe até -10% em 2030.
Em 21 de maio, haviam 1,55 milhão de pré-CBIOs registrados na plataforma da ANP (pré-escrituração). O entendimento do MME é que a meta de 14,5 milhões é ” factível, segura e conservadora”.
Atualmente, há 733 mil créditos disponíveis na B3, com oferta iniciada em 27 de abril. Além dos efeitos da crise, setor aguarda definição sobre a tributação dos CBIOs – governo trabalha na edição de uma medida provisória e os produtores esperam que seja mantida, ao menos, a proposta vetada na MP do Agro, de 15% de imposto sobre a emissão dos créditos.
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