O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, destacou nesta segunda-feira (7/7) que o Brasil e a Índia têm um longo caminho de parceria a ser explorado, formado por desafios e possibilidades, mas que pode resultar em protagonismo para ambos os países.
“Podemos complementar as negociações para sermos os protagonistas de SAF [sigla em inglês para combustível sustentável de aviação] para o mundo junto com a Índia. A Índia tem conhecimento de Tecnologia da Informação (TI) e nós temos energia renovável de sobra para data centers”, exemplificou.
“Há muita similaridade entre os dois países do ponto de vista cultural, geográfico e de riquezas naturais. Quem vai sair na frente é quem buscar complementaridade e não agir sozinho”, disse durante o Fórum Econômico Brasil-Índia.
O evento reúne o setor privado e público dos dois países no Rio de Janeiro para discutir oportunidades de cooperação e negócios bilaterais.
A visão foi endossada por Ana Paula Repezza, diretora de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Segundo a entidade, dentre 52 setores que contam com o apoio da ApexBrasil, apenas nove têm como destino a Índia.
“Nesse contexto de medidas tarifárias, precisamos intensificar as relações entre os dois países, que ainda têm negociações tímidas. O mesmo em relação a investimentos, que são aquém das possibilidades. Essa é a chance de iniciar uma série de discussões.”
O encontro é realizado por ocasião da visita de Estado do Primeiro-Ministro da República da Índia, Narendra Modi, ao país para o Brics e é promovido pela ApexBrasil, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Câmara de Comércio Índia-Brasil (CCIB) e a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI).
Petrobras mira parceria com Índia
A diretora Global de Descarbonização e Mudança Climática da Petrobras, Viviana Coelho, ressaltou durante o fórum Brasil-Índia nesta segunda (7/7) que há uma janela de complementaridade do Brasil com a Índia com tecnologias que podem ser acessadas para a transição energética e a promoção do bem estar social.
“O Brasil hoje é rico em energia de todos os elementos. A Índia importa energia. Ao mesmo tempo, são os dois países com menor consumo per capita de energia entre os países do Brics. O acesso amplo à energia e ao custo adequado está na base do bem-estar econômico. Mas há tecnologias aqui e lá importantes”, ressaltou Coelho durante o Fórum Econômico Brasil-Índia.
O evento reúne o setor privado e público dos dois países no Rio de Janeiro para discutir oportunidades de cooperação e negócios bilaterais.
No mesmo painel, o vice-presidente da Raízen, Cláudio Oliveira, defendeu a cooperação em políticas públicas e regulação energética em diferentes fóruns internacionais.
“Precisamos ter uma voz conjunta de Brasil e Índia em fóruns específicos, como Brics, G20 e COP30 (que acontece em novembro em Belém)”, pontuou. “A cooperação entre nossos países pode, de fato, fortalecer a transição energética. A transferência de tecnologia, especialmente a rota para SAF e a criação de centro binacionais com foco em eficiência energética são oportunidades de cooperação”, complementou.
Os setores de combustíveis, celulose e máquinas e equipamentos estão entre os principais dentro de 380 oportunidades para produtos brasileiros no mercado indiano, de acordo com o estudo Perfil de Comércio e Investimentos Índia, realizado pela ApexBrasil.