Biocombustíveis

Novo Rota 2030 terá R$ 270 milhões para inovação automotiva

Nova fase do programa de fomento à indústria automotiva mira inovação e eficiência energética na cadeia de autopeças

Novo Rota 2030 terá R$ 270 milhões para inovação e eficiência energética na indústria automotiva. Na imagem: Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), durante evento na CNI (Foto: Gabriel Lemes/MDIC)
Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB) durante evento na CNI (Foto: Gabriel Lemes/MDIC)

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Diálogos da Transição

APRESENTADA POR

Legenda AHK Mercosul (Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha)

Editada por Nayara Machado
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Ainda sem data para lançamento, a nova fase do programa de fomento da indústria automotiva Rota 2030 terá R$ 270 milhões para inovação e eficiência energética na cadeia de autopeças, anunciou nesta terça (21/11) o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB).

Os recursos não reembolsáveis virão do Senai e da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).

É o segundo aporte do tipo no programa que deve passar a se chamar Mover – Mobilidade Verde.

No final de outubro, MDIC e BNDES assinaram um acordo de cooperação para incluir o banco de desenvolvimento entre os operadores dos fundos dos Programas Prioritários do Rota 2030, destinando R$ 200 milhões para descarbonização automotiva.

Durante evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça, em Brasília, Alckmin disse que o Brasil tem uma série de possibilidades para descarbonização do setor automotivo, desde o uso de biocombustíveis como etanol, biodiesel e diesel verde, até a adoção de tecnologias de eletrificação.

“A lei do Combustível do Futuro abre um leque de opções: o etanol podendo chegar a 30% da gasolina, o biodiesel podendo chegar a 20%, o diesel verde, o SAF (combustível sustentável de aviação)”, disse o ministro.

Projetos estruturantes para a indústria

Dos recursos anunciados hoje, R$ 133 milhões deverão apoiar projetos estruturantes. Senai e Embrapii publicarão um edital para selecionar propostas – de R$ 10 mil a R$ 60 mil – que envolvam alianças entre empresas e institutos de pesquisa.

Indústria 4.0, digitalização, eletrificação e pequenas e médias empresas de tecnologia automotiva ficarão com o restante da fatia.

A visão é que a indústria automotiva precisa se reinventar para ser competitiva no cenário de transição energética, além de se posicionar no mercado internacional garantindo o espaço dos biocombustíveis.

“Estamos nos reinventando. Não só pelo carro elétrico, que é o mais falado. Nosso Brasil tem peculiaridades e merecemos investir mais em tecnologias. Fomos um desbravador do carro flex, existe o carro híbrido, temos uma cadeia produtiva à jusante do agronegócio que nos permita dar bastante atenção à célula de hidrogênio à base de etanol”, defende Ricardo Alban, presidente da CNI.

Alban destacou que a tecnologia do hidrogênio requer altos investimentos, mas acredita ser possível desenvolver esse setor, pelo potencial de aproveitamento de recursos do país.

Citando os projetos da Shell para produção de bioenergia a partir do agave e as pesquisas para produção de diesel verde com macaúba, o executivo disse que o Brasil tem uma vasta lista de opções para criar uma matriz automobilística compatível com as demandas e particularidades nacionais.

Cobrimos por aqui:

RenovaBio na mira

Enquanto isso, distribuidoras levam proposta de reforma do RenovaBio ao MDIC. Um grupo formado pelas maiores distribuidoras do país retomou oficialmente a agenda de mudanças do RenovaBio, programa de descarbonização do setor de combustíveis.

A proposta é transferir a obrigação de compra de CBIOs para as refinarias e mudar a natureza dos créditos, para tranformar o programa em um mercado regulado de carbono compatível com outros setores.

A proposta foi entregue a Uallace Moreira Lima, secretário de Desenvolvimento Industrial do MDIC, na segunda (20/11), pela frente batizada de Movimento + Bio, formada por Vibra, Ipiranga, e a Brasilcom, federação que representa mais de 40 empresas com atuação regional.

É a retomada de uma agenda discutida no fim do governo de Jair Bolsonaro, quando o ex-ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida apoiou a iniciativa e tentou editar uma medida provisória para reforma do programa RenovaBio.

Ele enfrentou resistência do agronegócio e a ideia foi engavetada com a eleição de Lula. Leia na epbr

Curtas

Ônibus elétrico no fundo soberano

Parte dos R$ 10 bilhões captados com o primeiro bônus soberano sustentável emitido pelo Brasil na semana passada deverá financiar duas frentes de negócios verdes: a eletrificação de frotas de ônibus de transporte urbano e o reflorestamento de áreas degradadas.

O governo tem 24 meses para alocar os recursos e terá de prestar contas disso anualmente aos investidores. Segundo apurou o Reset, a primeira destinação que o Ministério da Fazenda estuda é o Fundo Clima, gerido pelo BNDES. A partir daí, o banco de desenvolvimento usaria o dinheiro como funding para linhas de financiamento verdes.

Hidrogênio verde do Piauí com financiamento europeu

A presidente da Comissão Europeia confirmou, nesta segunda (20/11), o aporte de 2 bilhões de euros para financiar a produção de hidrogênio verde no Brasil. Parte dos recursos serão destinados a um projeto da Green Energy Park, no Piauí.

Logística para eólica offshore

Único terminal offshore do mundo criado para exportação de sal a granel, o Porto-Ilha de Areia Branca planeja expandir sua área de atuação para apoiar a logística de equipamentos que desembarcarão no Rio Grande do Norte para implantação dos futuros parques eólicos offshore.

A 20km da costa de Areia Branca, o porto tem planos de duplicar a área de 38 mil metros quadrados da ilha artificial e adquirir guindastes de 500 a 700 toneladas para movimentação de peças.

Eletrificando voos regionais

Azul Conecta e Surf Air Mobility anunciaram nesta terça (21/11) um acordo de colaboração para desenvolver e comercializar aviões com motores elétricos. A tecnologia será aplicada à frota de Cessna Caravan, um modelo de aeronave com 14 lugares, também usado no frete aéreo.