BRASÍLIA — O governo federal decidiu nesta quarta-feira (25/6) elevar a partir de 1o de agosto a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina para 30% (E30), atualmente em 27,5%. Além disso, será retomada na mesma data a mistura de 15% de biodiesel (B15), adiada no início do ano e mantida em 14%.
O Conselhos Nacional de Polícia Energética (CNPE), presidido pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), atendeu aos pedidos do agronegócio.
As duas políticas haviam sido adiadas no início de 2025, diante da pressão inflacionária sobre os combustíveis e alimentos. Contou para o adiamento do B15 a pressão do mercado de distribuição em meio a uma escalada nas fraudes do setor.
Representa também uma antecipação. Silveira vinha se comprometendo a assegurar o E30 até dezembro, enquanto aguardava uma janela para propor a efetivação da medida.
O CNPE desta quarta (25/6) chegou a ser previsto para meados de julho, com uma pauta mais ampliada, mas o ministro decidiu convocar o colegiado apenas com os dois itens.
Concorrência entre agro e óleo
Os aumentos nos preços dos combustíveis no mercado internacionais, após mais uma escalada na guerra de Israel no Oriente Médio, abriu uma janela para justificar a elevação das misturas obrigatórias.
A importação de biodiesel é vetada no Brasil, decisão política do governo Lula. E o etanol é majoritariamente produzido pelas usinas nacionais. Com isso, há uma redução da dependência importações de gasolina e diesel puros e mais caros que os entregues pela Petrobras.
Ante pressão de alta, agora os biocombustíveis servem como mitigação da pressão inflacionária externa, dado que o governo também conta que a Petrobras não vai aumentar os preços no curto prazo, repassando a volatilidade externa para as bombas brasileiras.
Com mais biodiesel e etanol anidro, haverá menos demanda para distribuidoras e importadoras independentes desembarquerem combustíveis mais caros nos portos brasileiros.