A guerra de preços dos petróleo ameaça atrasar a venda das refinarias

Petrobras vai contra decisão cautelar do ministro do STF Ricardo Lewandowski, escreve Paulo Cesar Ribeiro Lima. Na imagem: Foto à contraluz da Refinaria Gabriel Passos, em Betim (MG), em 27/3/2018, durante celebração dos 50 anos da Regap (Foto: Washington Alves/Petrobras)
50 anos da Refinaria Gabriel Passos, em Betim-MG (Foto: Washington Alves/Petrobras)

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Felipe Maciel, Guilherme Serodio e Larissa Fafá
Editada por Gustavo Gaudarde
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A guerra de preços do petróleo ameaça atrasar a venda de refinarias e outros desinvestimento da Petrobras. A companhia está vendendo oito refinarias e espera propostas vinculantes em abril.

— Nesta quarta (11), o Valor publicou, citando fontes que participam das negociações, que o prosseguimento da venda, em meio à crise, pode pressionar os valor dos ativos para baixo. Entre os interessados, estão grupos afetados pela queda no preços do barril – traders, petroleiras verticalizadas, fundos de investimento – e distribuidoras de combustível.

— A Petrobras afirma que é cedo para apontar uma direção “uma vez que ainda não estão claras a intensidade e a persistência do choque nos preços”.

— O consultor Manuel Fernandes, colíder regional de energia e recursos naturais da KPMG para as Américas, afirmou à Bloomberg, que a estabilização de preços mais baixos pode elevar o valor das unidades, dada a redução do custo da matéria-prima e maiores margens para o diesel e gasolina, que podem ser absorvidos pelo mercado interno.

— Marcus D´Elia, sócio da Leggio Consultoria, entende que turbulência incentiva potenciais compradores a adiarem a decisão de compra. E como a queda dos preços do petróleo desfavorece exportações, a operação das refinarias nacionais fica mais atrativa.

— “Com o petróleo mais barato no mundo, fica menos rentável exportar o produto nacional. Por isso, será interessante para a Petrobras refinar e vender internamente a sua produção. Como consequência, pode-se esperar um aumento da produção nas refinarias nacionais, diminuindo os volumes importados no curto prazo”, afirma D’Elia.

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A persistência dos preços do petróleo no patamar de US$ 35 por barril reduz o fluxo de caixa projetado pela Wood Mackenzie no segmento global de produção (upstream) em até US$ 380 bilhões em 2020, o que representaria uma queda de 80% frente as previsões com barril a US$ 60.

— A consultoria estima que, com Brent a US$ 40, as empresas precisarão entrar em uma nova onda de cortes de custos, atrasando, inclusive, a aprovação de novos projetos de exploração e produção convencionais.

— A produção não-convencional, mais cara e que vem sustentando o crescimento da oferta doméstica dos EUA, é apontado como o impacto imediato da guerra de preços iniciada pela Arábia Saudita e Rússia.

— A Wood Mackenzie ressalta que a cadeia de produção de óleo não-convencional (tight oil) americana já estava pressionada para elevar sua margens e, sem espaço para novos cortes, a tendência é de uma desativação mais acentuada de sondas de produção, se os preços permanecerem baixos.

— “Como não há gordura para queimar, a redução das atividades de desenvolvimento são necessariamente rápidas e brutais, possibilitada pela flexibilidade única do tight oil”, afirma a consultoria.

— A agência americana EIA atualizou as estimativas de preço do Brent, nesta quarta (11), pra US$ 43 em 2020, com recuo mais acentuado no segundo trimestre (US$ 37) e recuperação no segundo semestre (US$ 42).

— Contudo, afirma que possível que a produção americana mantenha a trajetória de alta, subindo 800 mil barris/dia em 2020, para 13 milhões de barris/dia, adiando o impacto para 2021, com queda para 12,7 milhões de barris/dia.

O governador Wilson Witzel (PSC) tenta antecipar para a próxima quarta (18) a reunião dos Fórum dos Governadores. Quer discutir respostas à queda dos preços do petróleo, e ao coronavírus. Para o estado do Rio, maior produtor de óleo do país, a cotação do Brent impacta diretamente as contas públicas.

— Orçamento da cidade contava com barril acima de US$ 60 em 2020. Witzel afirmou que teve uma reunião na embaixada da Rússia, no Rio, quando foi informado que o país busca um equilíbrio de preços de US$ 43 por barril – valor que foi citado por autoridades do país no início da semana. O Globo

Os contratos do Brent para entrega em maio atingiram a mínima de US$ 33,30 por barril nas primeiras horas do pregão desta quinta (12), queda de 5,8% em relação ao fechamento de ontem, quando o barril recuou 3,8%, cotado a US$ 35,79.

— As taxas de afretamento dos navios petroleiros que escoam a produção do Oriente Médio para a China mais que dobrou em alguns casos, reflexo da oferta adicional de óleo saudita (Reuters).

— É indicação que a China, que afirma já ter ultrapassado o pico da contaminação pelo novo coronavírus, está aproveitando a guerra de preços para reforçar seus estoques com óleo barato (Bloomberg), o que pode servir como estímulo para recuperação da economia do país, após o arrefecimento da crise.

— Donald Trump anunciou a suspensão de entrada de estrangeiros de 26 países europeus da Zona Schengen, por 30 dias, a partir de sexta (13). O presidente americano fez um pronunciamento em que também afirmou que os EUA colocarão em prática um pacote de suporte às empresas de US$ 200 bilhões. G1

Nova escalada da tensão entre EUA e Irã. Um ataque atribuído a forças pró-Irã no Iraque matou dois soldados americanos e um britânico na base militar de Camp Taji.

— Em seguida, um bombardeio matou 26 paramilitares iraquianos na fronteira com a Síria e as informações apontam para uma retaliação às mortes dos soldados da coalização. Estadão.

O BNDES desembolsou R$ 55 bilhões em 2019, redução anual de 20%. É também menor do que as estimativas feitas pelo presidente do banco, Gustavo Montezano, ao assumir o cargo em julho. À época, afirmou que os desembolsos seriam da ordem de R$ 70 bilhões, o que estaria em linha com o praticado durante o governo de Michel Temer.

— “O volume de desembolsos é uma consequência, é uma necessidade, é uma ferramenta. Então, a gente não está nem um pouco preocupado se desembolsou 55 ou 65 ou 50 [bilhões]”, avaliou Montezano. G1

— Foram repassados aos Tesouro Nacional um total de R$ 142 bilhões, maior parte relativa à dívida de R$ 123 bilhões, dos quais R$ 100 bilhões foram pagos antecipadamente. Com venda de participações societárias no valor de R$ 16,5 bilhões – Petrobras, Vale, Fíbria/Suzano, Marfrig e outros – BNDES lucrou R$ 17,7 bilhões no ano, +164%, em relação à 2018.

A Eletrobras vai assumir a operação do Mais Luz para a Amazônia, programa análogo ao Luz para Todos, lançado este ano para o governo para ampliar o atendimento à população da região. Prevê atender 70 mil famílias, em sete anos, com investimentos de R$ 2,4 bilhões, bancados pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

O Cade aprovou, sem restrições, nesta quarta (11) a aquisição dos 49% detidos pela BR Distribuidora na CDGN Logística, pela MDC – Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, gerido pela Pacífico Administração de Recursos. Com a operação, a MDC passa a ter 100% do capital social da CDGN.

A BR Distribuidora registrou lucro líquido de R$ 2,2 bilhões em 2019, queda anual de 30%, com impacto do resultado financeiro, que recuou 20%, para R$ 1,9 bilhão, menor volume de vendas (40 milhões de m³, -3%) e receita líquida (R$ 95 bilhões, -2,8%). A margem bruta de comercialização subiu 5,2%, para R$ 148/m³.

A Sulgás habilitou cinco empresas para a terceira etapa da chamada pública para contratação de 22 mil m³/dia de biometano no Rio Grande do Sul, em três lotes em contratos de 10 anos.

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