BRASÍLIA – A chinesa BYD confirmou nesta terça (4/7) o investimento de R$ 3 bilhões em um complexo fabril em Camaçari, na Bahia, para fabricação de veículos elétricos e processamento de minerais críticos para exportação.
O complexo localizado a 50 km da capital do estado, Salvador, será composto por três células fabris: uma dedicada à produção de chassis para ônibus e caminhões elétricos; outra à produção de automóveis híbridos e elétricos; e a terceira voltada ao processamento de lítio e ferro fosfato.
A unidade de carros híbridos e elétricos tem capacidade estimada de 150 mil unidades ao ano na primeira fase, podendo chegar a 300 mil unidades.
Já a fábrica para processamento de lítio atenderá ao mercado externo, aproveitando a estrutura portuária existente no local.
Segundo a BYD, a produção nacional vai permitir preços mais competitivos e a possibilidade ampliar o acesso à eletromobilidade para o consumidor brasileiro.
“Este é um momento de extrema importância para a BYD nas Américas”, afirma Stella Li, CEO da BYD Américas.
“As novas fábricas no Brasil vão permitir a introdução e aceleração da eletromobilidade no país, um movimento-chave para combater as mudanças climáticas e, de fato, melhorar a qualidade de vida das pessoas”.
Economia local
As três fábricas estão previstas para começar a funcionar no segundo semestre de 2024 e está prevista a criação de mais de 5 mil empregos.
Tyler Li, presidente da BYD Brasil, afirma que a empresa pretende contratar trabalhadores locais a partir deste ano, para começar o treinamento.
O novo complexo também promete ser um “polo de atração de fornecedores de diversos tipos”, desde peças técnicas até serviços.
“A companhia pretende contribuir para o desenvolvimento regional, dando prioridade a fornecedores locais. Para a realização de obras civis, a BYD também vai priorizar a contratação de empresas estabelecidas na região”, diz em comunicado.
Mercado em expansão
Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mostram que maio foi um mês recorde no emplacamento de veículos leves elétricos, sendo 49,8% plug-in (bateria e híbridos).
Dos 6.435 eletrificados vendidos em maio, 3.228 foram totalmente híbridos (50,2%) e 3.207 plug-in, ou seja, têm um conector que permite a recarga na rede elétrica.
No acumulado de janeiro a maio deste ano, 52,8% foram veículos híbridos não plug-in (13.745) e 47,2% foram elétricos plug-in (12.269). No ano passado, a diferença era de 67,6% contra 32,4%.
Para a ABVE, a evolução reflete a maior oferta de modelos de eletrificados – de 142 para 216 em um ano – e o aumento do número de montadoras em operação no Brasil, que subiu de 27 em 2022 para 34 este ano.
“Outro fator relevante é o crescimento de eletropostos de recarga elétrica, que também são considerados parâmetros para a análise do avanço da eletromobilidade no país”, explica.
A ABVE calcula que o número de eletropostos públicos subiu de 2.955 em janeiro para cerca de 3.200 em maio.