A Acelen assinou um memorando de investimentos com o governo da Bahia para investimentos de R$ 12 bilhões em biorrefino na Bahia, a partir da infraestrutura existente da refinaria de Mataripe.
Os termos foram assinados entre representantes da empresa, do fundo dos Emirados Árabes Mubadala Capital e o governador Jerônimo Rodrigues (PT), durante a passagem da comitiva presidencial por Dubai, no retorno da viagem à China.
“A Bahia também vai ter um compromisso de incentivos fiscais e de investimento em infraestrutura e logística. Estamos felizes em darmos mais esse passo para seguir com o desenvolvimento do estado”, anunciou o governador.
A Acelen pretende produzir diesel renovável e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), a partir de unidades de hidrotratamento de óleos vegetais e gordura animal – o HVO.
Produção voltada para exportação
Segundo a Acelen, inicialmente, a produção será voltada para exportação. “Caso o Brasil avance com as discussões já em curso a respeito de políticas de incentivo para a produção e consumo de combustíveis renováveis no país, a Acelen estará pronta para atuar no mercado interno também”, afirmou o CEO da empresa, Luiz de Mendonça.
O governo Lula (PT) dá continuidade aos estudos do Combustível do Futuro, programa criado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para propor políticas para o consumo de SAF pela aviação e outras medidas para descarbonização do transporte. Um projeto de lei será apresentado à Câmara dos Deputados.
Ano passado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) chegou a aprovar uma resolução para incluir novas rotas na mistura obrigatória de biodiesel, como o HVO o diesel coprocessado da Petrobras. No fim, o governo Bolsonaro (PL) recuou e a medida não foi editada.
“A partir desse investimento, a Bahia tem a perspectiva de se tornar, nos próximos anos, o maior exportador mundial do chamado “diesel verde” ou HVO (Hydrotreated Vegetable Oil)”, disse o governador Jerônimo Rodrigues.
Capacidade de 20 mil barris/dia
O projeto será desenvolvido em fases, com início das obras previsto para janeiro de 2024 e da produção, no primeiro semestre de 2026. A capacidade total será de 20 mil barris/dia ou cerca de 1 bilhão de litros por ano.
Começa principalmente com óleo de soja, insumo da maior parte produção de biodiesel no Brasil. “Na segunda etapa, será usado óleo de macaúba, árvore nativa do Brasil com alto potencial energético ainda não explorada em escala comercial, e óleo do dendê, com previsão de início de plantio em 2025”, informou a empresa.
A previsão é plantar 200 mil hectares, priorizando terras degradadas, além da construção de uma unidade de hidrogênio sustentável para atender a demanda – a rota não foi detalhada.
“A previsão é que o diesel renovável emita até 80% menos CO2 do que o diesel fóssil e que a plantação de alta energia capture 80 milhões de toneladas de CO2 ao longo de 30 anos”, estima a Acelen.