Plano para o novo campo de Caburé prevê produção de 450 mil m³/dia de gás na Bahia

Alvopetro e Imetame definiram os planos de desenvolvimento conjunto das reservas de Caburé, campo de gás na Bacia do Recôncavo, que pode começar a produzir ainda este ano. A Imetame vai assumir a operação e ficará responsável pelo aporte de capital inicial no ativo, que tem potencial para produzir 450 mil m³/dia em 2019.

As informações são da Alvopetro, comunicadas à investidores em 20 de abril.

Caburé precisou passar por um processo de arbitragem da ANP para conclusão dos termos de unitização – primeira arbitragem do tipo feita pela agência. O processo começou em 2017.

Desenvolvimento inicial

O plano é interligar dois poços este ano a um sistema de baixa pressão que deve atingir um platô de produção de 150 mil m³/dia. Em 2019, serão interligados mais três poços, em alta pressão, para elevar o platô para 450 mil m³/dia.

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Os detalhes da unitização

Ficou definido que a Alvopetro terá 49,1% das reservas e a Imetame, 50,9% – 36,1% somados aos 14,8% da Orteng, cuja participação foi comprada pela Imetame, mas a transação ainda não foi concluída.

Considerando reservas in place, são 1,832 bilhão de m³ para Imetame e 1,767 bilhão de m³ para a Alvopetro – respectivamente, 64,7 bilhões de pés cúbicos (bcf) e 62,4 bcf.

Inicialmente, a Imetame vai operar e receber toda a produção de Caburé e será responsável pela alocação de capital (capex) em 2018 e 2019. A Alvopetro, por sua vez, pagará pela sua parte do capex quando começar a retirar a sua parcela da produção ou em março de 2020, o que acontecer primeiro. O planejamento atual da Alvopetro é começar a produzir a sua parte no fim de 2019.

O rateio dos custos de operação (opex) será correspondente a parcela de cada empresa na produção mensal.

O acordo de unitização também prevê uma opção para que a Alvopetro possa assumir a operação quando, após o reajuste da distribuição de Caburé, chegar-se a conclusão que a empresa passou a ter 50% ou mais das reservas de gás.

Foram estabelecidos dois pontos de decisão para redistribuição das reservas: o primeiro será 18 meses após o início da produção de Caburé ou em 31 de dezembro de 2021 – o que acontecer por último; e o segundo ponto, quando 40% das reservas 2P tiverem sido produzidas.

De acordo com a Alvopetro, ainda não foi concluído o acordo para venda da sua parcela do gás e a empresa está licenciando a construção de uma unidade de processamento e um gasoduto de 11km, mas não foram fornecidos detalhes sobre a operação.

Caburé fica em Camaçari, na Bahia, e entre as opções cogitadas pela Alvopetro estão o fornecimento de gás para a distribuidora Bahia Gás; para Petrobras, que tem acesso ao grid; consumidores industriais; ou termelétricas.

Primeiro projeto gas-to-wire da Bahia

A Imetame, pelo cronograma vigente, deve começar a operação da usina termelétrica Prosperidade I, de 28 MW, em setembro deste ano. Será o primeiro sistema gas-to-wire da Bahia, isto é, um projeto de geração de energia elétrica integrado com produção de gás, similar ao que a Eneva desenvolveu no Maranhão.

Além de Caburé, Imetame é operadora de Cardeal do Nordeste, Cardeal Amarelo e dos blocos exploratórios REC-T-210, REC-211 e REC-T-212, todos na mesma região. Em parte desses ativos, a Orteng é sócia, mas a Imetame terá 100% – com exceção da parte da Alvopetro em Caburé – quando a operação de compra for concluída.