Congresso

Energia elétrica precisa de tratamento diferenciado na reforma tributária 

Setor apresenta uma elevada complexidade operacional e fiscal que precisa ser contemplada, escreve Luiz Eduardo Barata

Energia elétrica precisa de ser tratada de maneira diferenciada na Reforma Tributária, escreve Luiz Eduardo Barata Ferreira, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (Foto: Divulgação)
Luiz Eduardo Barata é presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (Foto: Divulgação)

A essencialidade e a complexidade do serviço de energia elétrica impõem aos legisladores a necessidade de um tratamento específico em lei complementar para que seja possível alcançar a devida configuração tributária que viabilize o avanço do Setor Elétrico Brasileiro.

Como consta do relatório da PEC 45/2019, apresentado pelo Senador Eduardo Braga (MDB/AM), já se afastou a possibilidade do imposto seletivo. Agora, buscamos o regime específico da energia elétrica.

Esse tratamento diferenciado já está concedido a setores como agências de viagens e turismo, serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos, bares e restaurantes, aviação regional, transportes, saneamento, concessão de rodovias, entre outros.

Todas essas atividades não se viabilizam sem energia elétrica, isto porque estamos falando de um insumo básico para toda a economia, um serviço fundamental para todos os indicadores sociais: saúde, educação, moradia, acesso à internet, tudo depende de acesso à energia.

Mais ainda, o custo da energia é um determinante de competitividade para toda a indústria e o comércio, que precisam de segurança legislativa e previsibilidade fiscal para suas operações.

O setor também apresenta uma elevada complexidade operacional e fiscal que precisa ser contemplada, como as diferentes atividades dos consumidores de energia do mercado livre, do mercado regulado ou da geração distribuída.

Consumidores residenciais, comerciais, industriais e dos sistemas isolados defendem como pauta comum a busca por uma energia elétrica mais justa, barata e sustentável. Mas dentro de cada segmento há complexidades que requerem um tratamento diferenciado.

Isenções e cashbacks adequadamente regrados podem livrar famílias da inadimplência. Uma tributação adequada pode impulsionar a geração de empregos na indústria e no comércio, pode reduzir o preço de produtos e serviços que têm na energia um importante fator de custo operacional.

Para comunidades que vivem em regiões mais afastadas e fazem uso dos sistemas isolados, a Reforma Tributária pode contribuir para a melhoria do acesso à energia elétrica e evolução do desenvolvimento dessas regiões.

Acreditamos na sensibilidade e perspicácia dos parlamentares que votarão a proposta de Reforma Tributária e no alcance de um tratamento tributário adequado para a energia elétrica em nosso país.

Luiz Eduardo Barata Ferreira é presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia.