RIO – A taxa de 1% sobre a produção de petróleo prevista na reforma tributária em discussão no Senado vai afetar a atratividade do Brasil na disputa por investimentos, afirmou nesta quinta-feira (25/10) o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Roberto Ardenghy, em entrevista ao estúdio epbr na OTC Brasil 2023 (veja a íntegra acima).
De acordo com ele, medidas governamentais recentes têm encarecido a produção de petróleo no país sem se preocupar com a demanda. O resultado, segundo Ardenghy, é que os preços vão ficar mais caros.
“Se você só trabalhar no sentido de onerar a produção – e algumas medidas que estão sendo discutidas hoje no contexto da reforma tributária, como é o caso de colocação de um imposto sobre a produção de petróleo, colocar a possibilidade de os estados gerarem fundos que serão financiados com atividade, produção de produtos primários semielaborados – tudo isso vai simplesmente onerar a atividade”, afirmou.
“O preço do barril, o preço do litro de diesel, o preço do litro de gasolina vai ficar mais caro na ponta e o consumo vai continuar lá. Se você fizer isso, você gera um desbalanceamento entre oferta e consumo, muito conhecido dos economistas, e o resultado disso é aumento de preço. Portanto, inflação na veia, porque esse é um produto essencial na economia brasileira.”
Negociação com o Congresso
Ardenghy afirmou que o setor está negociando com o Congresso a retirada da taxa de 1% sobre o petróleo.
“Sem dúvida (dá tempo de reverter). Nós estamos ainda em plena discussão da reforma tributária. Hoje (25/10) de manhã foi publicado o relatório do senador Eduardo Braga. Agora vai ser o momento de discussão”, afirmou.
“Tem duas semanas aí, inclusive, para a produção de emendas e a gente vai continuar trabalhando em Brasília, mostrando a essencialidade desse setor, a importância de que nós somos grandes apoiadores da reforma tributária. Pela questão da simplificação, da maior eficiência.”
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