Diálogos da Transição

Sandbox.Rio seleciona quatro projetos para transporte eletrificado

Drones delivery, rede pública de eletropostos e carros voadores foram selecionados pela primeira fase do Sandbox.Rio

Sandbox.Rio seleciona quatro projetos para transporte eletrificado. Na imagem: Parte fontal de carro elétrico, na cor branca, conectado a ponto de recarga do projeto Eletroposto Carioca, uma rede pública de recarga rápida para veículos híbridos e elétricos (Foto: Fabio Motta/Prefeitura do Rio)
O Projeto Eletroposto Carioca é uma rede pública de recarga rápida para veículos híbridos e elétricos (Foto: Fabio Motta/Prefeitura do Rio)

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Editada por Nayara Machado
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Drones que entregam bebidas ou fazem o delivery das suas compras, uma rede pública de eletropostos e os futuros carros voadores. Esses são os quatro projetos selecionados pela primeira fase do Sandbox.Rio, um ambiente regulatório experimental que vai testar a inserção de novos produtos e serviços no dia a dia da capital do Rio de Janeiro.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS), os projetos estão tematicamente alinhados à mobilidade, logística e transformação energética.

O Sandbox é inspirado em ações semelhantes na Inglaterra e na Coreia do Sul, e espera colher dados para criar um ambiente regulatório receptivo às novas tecnologias.

Em comum, as iniciativas selecionadas têm a eletrificação como estratégia de negócio, e prometem reduzir as emissões associadas à queima de combustíveis fósseis no trânsito.

Uma delas pretende integrar os veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOL), os “carros voadores” ao turismo do Rio.

A SMDEIS conta que a Eve, subsidiária de aeronaves elétricas da Embraer, está preparando os documentos legais para estudar com a Prefeitura do Rio a futura operação dos eVTOLs na cidade.

A princípio, o objetivo é o transporte de pessoas de/para aeroportos, além de voos panorâmicos sobre pontos turísticos.

“Por ser um veículo totalmente elétrico, esta iniciativa se alinha às ações do município em neutralizar as emissões de gases de efeito estufa nas próximas décadas”, diz a secretaria.

Eletroposto carioca

Outra, é a rede de eletropostos com recarga rápida para veículos híbridos e elétricos do projeto Eletroposto Carioca.

Conduzido pela Ezvolt, startup de eletromobilidade da Vibra, será o primeiro projeto de geração de créditos de carbono por meio da recarga de veículos da América Latina.

“Os veículos estão mudando para os modelos elétricos e nós percebemos que a maior barreira para a entrada no mundo da mobilidade elétrica está relacionada aos locais em que as pessoas podem recarregar seus veículos”, comenta o CEO da Ezvolt, Gustavo Tannure.

Para Tannure, a inovação está em tornar pública a rede de eletropostos. “Vamos proporcionar facilidade para o morador e para quem visita a cidade”, completa.

Estão previstos oito postos de recarga ultra rápida e rápida, com diferente número de vagas – entre uma e quatro –, espalhados por bairros da cidade.

A Ezvolt está estudando os locais que receberão os pontos e de onde virá a eletricidade – que precisa ter um impacto de emissões negativas para poder emitir créditos.

Drones delivery

Pode parecer irrelevante, mas o serviço de entregas por drones, além de agilizar a logística para pequenas distâncias, também é uma alternativa para substituir veículos queimando combustível nas ruas.

Estudo publicado na revista Nature calcula que as emissões de gases de efeito estufa, por pacote entregue, chegam a ser 84% menores com o uso de drones do que quando feitos por caminhões a diesel.

No Rio, dois projetos vão avaliar a viabilidade de usar os pequenos veículos aéreos na logística de curta distância.

cervejaria Ambev usará drones DLV1 da SpeedBird – primeira empresa a obter o certificado de autorização de voo experimental da Anac – para transportar bebidas para consumidores e pontos de venda.

A previsão é que ocorram até 25 voos por dia, cargas de até 6,5 kg, em velocidade média de 50 km/h, todos em áreas sem presença populacional – inicialmente a rota será do Centro de Distribuição da Ambev, em Jacarepaguá, para um local na Barra da Tijuca.

Já a MyView, que presta serviços para empresas e rede de supermercados, vai testar sua solução de delivery automatizado de comércios locais com drones terrestres teleoperados, chamados robôs D4 (Door-to-Door Drone Delivery).

A expectativa é reduzir custos e tempo nas entregas, que são realizadas sem emissão de CO2. O Rio será o primeiro teste em ambiente urbano dos robôs, que até então eram operados apenas em ambientes fechados, como condomínios.

Cobrimos por aqui:

Curtas

Elétricos no Rota 2030

A segunda fase do programa federal Rota 2030 vai focar em tecnologias de descarbonização que estão em estágios iniciais de desenvolvimento, segundo a diretora de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica do MDIC, Margarete Gandini.

Ela afirma que a produção de eletrificados será intensificada com as novas regras da política automotiva e a retomada dos grupos de trabalho para o relançamento do Plano Nacional de Eletromobilidade.

Biometanol

A bp anunciou nesta quinta (6/7) o aporte de US$ 10 milhões na empresa de biocombustíveis WasteFuel para sua primeira fábrica de biometanol nos Emirados Árabes Unidos. Em memorando de entendimento entre as duas companhias, a bp se compromete a comprar o biocmbustível para fornecer aos clientes do transporte marítimo.

Emissões fósseis

O presidente da COP28, sultão Ahmed al-Jaber, dos Emirados Árabes Unidos, está alertando as grandes empresas de petróleo e gás que precisam “intensificar” a redução de emissões, para chegar a emissões líquidas zero até 2050 ou antes.

A mensagem foi dada no Seminário Internacional da OPEP em Viena, uma reunião de CEOs da indústria de petróleo. “A redução gradual dos combustíveis fósseis é inevitável. É de fato essencial. Mas não pode ser irresponsável”, acrescentou Jaber. Reuters

Mas as maiores empresas de energia dizem que cabe aos governos tentar limitar a demanda por petróleo e gás, em vez de pressionar os produtores a cortar a oferta, um tema que essas empresas vêm repetindo há anos. Empresas como a Shell e a bp desaceleraram os planos de reduzir a produção de combustíveis fósseis e sugeriram que continuarão investindo no atual sistema de energia. Reuters

Clima na agenda EUA-China

O enviado do clima dos EUA, John Kerry, irá à China no final deste mês para conversas sobre o aquecimento global. Espera-se que as discussões se concentrem na cooperação climática, COP28, desmatamento e emissões de metano. Bloomberg

Acelen compra I-RECs para compensar emissões de escopo 2

Empresa adquiriu 893,5 mil certificados da EDP para compensar emissões de CO2 associadas ao consumo de energia da Refinaria de Mataripe (BA), relativas a 2022, 2023 e 2024. Cada  I-REC equivale a 1 MWh de energia renovável.

Com a iniciativa, apenas com o consumo de energia em 2022, a empresa compensou a emissão de 12 mil toneladas de CO2 – equivalente ao dióxido de carbono absorvido por mais de 2 milhões de árvores do bioma Mata Atlântica por ano. Para os anos de 2023 e 2024, serão compensadas mais 24 mil toneladas de CO2.

Chamada de inovação para setor elétrico

O Energy Future lança, no dia 11 de julho, uma chamada setorial para mapear soluções e propostas inovadoras em ESG (Environmental, Social and Governance). Os projetos serão avaliados por empresas embaixadoras do projeto, como Cemig, CTG Brasil, Eletronorte, Energisa, Furnas, SPIC Brasil e Pacto Energia, e pela Accenture, tech partner do Ciclo de ESG. Inscrições até 11 de agosto neste link.