BRASÍLIA – A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defendeu, nesta quarta (10/5), a exploração de lítio para a produção local de baterias para impulsionar o setor automobilístico no Brasil.
“Precisamos avançar na produção de baterias de lítio. Para isso é fundamental termos uma exploração com alta tecnologia e economicamente viável”, disse o vice-presidente da Anfavea, Luiz Carlos Gomes, em audiência pública na Câmara dos Deputados.
A Anfavea estima que os veículos leves – plug-in, híbridos e elétricos – representem 32% das vendas anuais em 2035.
Com o avanço dos elétricos, a indústria automotiva busca baratear os custos da tecnologia para atender à demanda do mercado. Por isso, a exploração do lítio pode ser vantajosa.
“As baterias de lítio ajudam as montadoras a fornecerem produtos mais atrativos e acessíveis”, afirmou o vice-presidente.
O lítio é um metal leve, presente nas baterias de íon de lítio de veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia. De acordo com as projeções da Agência Internacional de Energia (IEA), a demanda pelo mineral deve aumentar significativamente, mais de 40 vezes até 2040.
A associação entende que a extração do minério no país pode atrair as indústrias de fornecimento de baterias, além de “descentralizar a produção” e livrar a dependência da cadeia de suprimentos.
O Brasil hoje depende da importação de outros países para garantir os produtos.
“Não vamos continuar importando baterias, vamos ter produção local. […] Gostaríamos de ter um polo industrial de baterias. É uma grande oportunidade para o Brasil e não podemos perdê-la”, acrescentou.
A corrida pelo lítio
Com cerca de 65% das reservas encontradas no Chile, Bolívia e Argentina, é na China a maior concentração do processamento do lítio.
Considerado essencial para a transição energética, o mundo começa a assistir uma corrida pelo mineral e demanda deve crescer 40 vezes nas próximas duas décadas.
Nessa terça (9/5), a iniciativa Lithium Valley Brazil foi lançada globalmente na bolsa de valores de Nova York, Nasdaq, e colocou o Vale do Jequitinhonha no mapa mundial da cadeia produtiva do lítio.
O chamado Vale do Lítio conta com quatro mineradoras desenvolvendo projetos de exploração do mineral no norte mineiro, que concentra a maior reserva no Brasil.
Nesta edição do antessala, discutiremos os desafios do Brasil na exploração desse mineral crítico e as oportunidades do país em garantir a transição energética com segurança e responsabilidade ambiental.
Vamos conversar com:
— José Balbino Maia de Figueiredo, vice-presidente da Regional FIEMG Vale do Jequitinhonha.
— Aline Nunes, Coordenadora de Assuntos Minerários do Ibram
— Elaine Santos, pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP
— Vitor Saback, secretário de geologia e mineração do MME
Assista na íntegra!