Combustíveis e Bioenergia

Óleo dispara em meio a definição de alta de ICMS dos combustíveis

Corte voluntário da OPEP+ pega mercado de surpresa e Brent ultrapassa os US$ 84 por barril

Petróleo dispara em meio a definição de alta de ICMS dos combustíveis. Na imagem: Vladimir Putin (Rússia) e Mohammad bin Salman (Arábia Saudita) durante encontro em 2018 (Foto: Kremlin)
Vladimir Putin (Rússia) e Mohammad bin Salman (Arábia Saudita) durante encontro em 2018; alta nos preços do óleo favorecem a Rússia, alvo de sanções pela invasão da Ucrânia (Foto: Kremlin)

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Você vai ver aqui: a disparada nos preços provocada por membros da OPEP faz Brent superar os US$ 84 por barril; choque ocorre enquanto estados definem aumento de impostos de combustíveis. Importadores calculavam defasagem na sexta. Em outra frente, montadoras cogitam voltar com o popular, desta vez 100% a etanol. Quer receber primeiro por email? Assine gratuitamente aqui

O choque provocado pela OPEP+, ao anunciar um corte inesperado na oferta de óleo entre maio e dezembro deste ano, tende a ser mais um fator para pressionar a inflação dos combustíveis nos próximos meses.

– O Brent é negociado em alta de quase 6% nesta segunda (3/4), aos US$ 84 por barril. A commodity já vinha ensaiando uma recuperação em semanas recentes com a melhora dos cenários macroeconômicos nos EUA, encerrando a semana passada próximo dos US$ 79.

– A Arábia Saudita e Rússia anunciaram cortes de 500 mil barris/dia, cada. Outros exportadores do Golfo e da África estão acompanhando os cortes voluntários e produção corte se aproxima dos 1,5 milhão de barris/dia (Reuters).

O choque acontece às vésperas do aumento do ICMS dos combustíveis no Brasil. Estados fecharam na semana passada um calendário para começar a aplicar o imposto fixo sobre quantidade vendida entre maio e junho – é a reforma defendida pelo mercado de combustíveis e aprovada no Congresso Nacional ano passado.

– O ICMS da gasolina, diesel B e gás de cozinha (GLP) passa a ser o mesmo em todo o país e, assim, sobe em relação aos praticados em março em praticamente todos os estados. Mais em ICMS fixo da gasolina será de R$ 1,22; Estados adiam novo ICMS do diesel e GLP

A pressão externa vem na esteira do aumento do imposto federal da gasolina, que entrou em vigor em março, atendendo à emenda constitucional que obriga o governo federal a manter uma diferença favorável ao etanol. Isto é, o imposto da gasolina não poderia continuar zerado.

E recai sobre a Petrobras, responsável pelo suprimento de cerca de 80% da gasolina e diesel no Brasil. A companhia vinha reduzindo preços, com alívio nas bombas – e vem rebatendo a necessidade de manter o preço de paridade de importações como prática comercial.

–  O novo presidente da companhia, Jean Paul Prates, chegou a afirmar que a Petrobras não pode praticar preços para manter o mercado artificialmente viável para concorrentes. A companhia vai “disputar cada metro cúbico de combustível”, disse o executivo no mês passado (Poder360).

No cálculo dos concorrentes, a companhia já operava na sexta (31/3) com defasagem na gasolina e no diesel em alguns portos. A paridade estava perto do limite, nas contas de importadores (Abicom).

Proálcool? Montadoras cogitam lançar modelos populares (R$ 50 a R$ 60 mil) movidos exclusivamente a etanol. O segmento popular morreu em anos recentes e o setor enfrenta uma onda de baixa nas vendas, agravada pela persistência dos altos juros no Brasil. Assunto foi levado ao MDIC, segundo Eduardo Sodré, na Folha.

– Vale lembrar: que além do imposto federal, a alta no ICMS da gasolina comum (27% etanol hidratado), tende a beneficiar a competitividade do etanol hidratado, vendido direto nas bombas.

Stellantis: bônus ambiental do etanol deve chegar ao consumidor. Presidente da companhia na América do Sul, Antonio Filosa, defende, em última análise, que biocombustível deve ser privilegiado por um “caminho fiscal” que leve em conta seus serviços ambientais (Valor)

Plantio de cana no Brasil removeu 196 milhões de toneladas de CO2 em duas décadas, diz estudo realizado pela Unicamp, Embrapa e Agroicone. A redução da pegada de carbono da produção da cana-de-açúcar é parte de uma estratégia para torná-lo mais atrativo, diante da força da eletrificação como alternativa de transição para veículos leves (epbr)

Tereos estima recuperação da moagem de cana na safra 2022/23, para 19 milhões de toneladas, após elevação de 16% no ciclo anterior, para 17 milhões. O recorde do grupo foi de 21 milhões em 2020/21. Foco na produtividade da safra (Valor)

Energisa vira 3ª operadora privada na distribuição de gás, ao comprar a ES Gás, por R$ 1,423 bilhão, no leilão de sexta (31/3). Além da estreante, apenas a Compass (do grupo Cosan) e a Naturgy são controladores privados no setor. Energise tem presença nos segmentos de distribuição e transmissão de energia elétrica (epbr)

Biogás no SAF. Alternativa para substituir diesel e gás natural na geração de energia ou como combustível no transporte pesado, o biogás quer chegar até a aviação. Por ser gerado a partir de resíduos, o SAF de biometano tem uma classificação ambiental alta na calculadora do Corsia. Mais em Biogás quer decolar como combustível de aviação

Pátria mira novas energias. Investimentos miram mini e microgeração de energia solar, por meio da Élis Energia. Na estratégia de longo prazo, os leilões de transmissão e novas soluções, como hidrogênio verde, mobilidade elétrica e baterias, destaca a Coluna do Broadcast.

Bahia Terra. A Petrobras informou nesta sexta (31/3) que obteve, autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para retomar a produção do campo de Araçás, no polo Bahia Terra, Bacia do Recôncavo (epbr)

Ocyan separa segmento de perfuração e planeja elevar frota de sondas, após homologação de recuperação extrajudicial, ocorrida na semana passada. A reestruturação visa a equacionar a dívida da área, de US$ 2,6 bilhões para US$ 300 milhões. Credores vão converter dívida em capital e aportar mais US$ 197 milhões para novos investimentos (Estadão)