Energia

Os planos da Vibra, Raízen e Ipiranga para aumentar a rede de eletropostos

Líderes do mercado de combustíveis se movimentam para expandir pontos de recarga de veículos elétricos

Os planos da Vibra, Raízen e Ipiranga para aumentar rede de eletropostos. Na imagem, Eletroposto ultrarrápido da Vibra, na rodovia Presidente Dutra (Foto: Alexandre Brum/Vibra)
Vibra inaugura eletroposto ultrarrápido, para recarga elétrica de veiculos. Localizado na rodovia Presidente Dutra (Foto: Alexandre Brum/Vibra)

RIO — A Vibra (antiga BR Distribuidora) anunciou um plano de negócios para instalar 70 eletropostos até o fim de 2023, sendo 50 deles em rodovias. O objetivo é criar o maior corredor elétrico do Brasil, com quase 9 mil quilômetros de extensão.

O anúncio ocorre semanas após a Raízen, uma de suas principais concorrentes, inaugurar sua primeira estação de recarga elétrica Shell Recharge, num eletroposto de recarga rápida em São Paulo. A joint venture entre a Shell e Cosan prevê instalar uma rede com 35 eletropostos do tipo até o final do ano-safra (março de 2023). A Ipiranga, por sua vez, fechou 2021 com 44 postos de recarga e tem planos para mais 40.

A Vibra também começa a sua expansão por São Paulo, maior centro consumidor do país. O primeiro posto da rede da companhia a receber o Eletroposto Vibra foi o Posto Arco-Íris Roseira, na Rodovia Presidente Dutra, em Roseira (SP), no sentido Rio de Janeiro.

O espaço está equipado com um carregador ultrarrápido com três pontos de recarga, com potência máxima de saída de 150 kW em corrente contínua e 43 kW em corrente alternada. O posto permitirá aos usuários, dependendo da capacidade do veículo, carregarem 80% da bateria em até 20 minutos — o que possibilita que a maioria dos veículos chegue ao Rio sem a necessidade de uma nova recarga.

“A escolha de priorizar nossa atuação em postos rodoviários se deu porque identificamos que hoje a maior dificuldade dos usuários de veículos elétricos está relacionada à falta de infraestrutura de recarga fora dos centros urbanos, o que compromete a experiência do usuário em longas distâncias, uma vez que são pouquíssimas as opções disponíveis de pontos de recarga nas estradas brasileiras”, destacou o presidente da Vibra, Wilson Ferreira Junior, em nota.

Vibra se alia à startup

O plano de negócios da Vibra prevê, até 2023, a criação de um corredor elétrico que conectará mais de sete estados, conectando toda a região Sul e Sudeste do país, além de cidades como Brasília. A companhia tem como meta disponibilizar o serviço de recarga de veículos elétricos em 25% da sua rede de postos até 2030.

O projeto inclui também soluções de recarga em locais públicos como estacionamentos, pontos comerciais, shoppings e condomínios, por meio da parceria com a EZVolt — startup na qual a Vibra aportou dinheiro e que possui mais de 300 carregadores em sua rede, com presença em nove estados.

De acordo com estudo encomendado pela Vibra junto à BCG, veículos elétricos e híbridos representarão cerca de 30% das vendas de veículos novos e participação de mais de 10% na frota circulante, a partir de 2030.

A WEG é a responsável pelo fornecimento das estações de recarga ultrarrápida. Já a EZVolt será a responsável pela operação e manutenção da rede de eletropostos Vibra e, também, pela integração do software com o aplicativo do Premmia, programa de relacionamento da rede da distribuidora.

Nesta sexta-feira (1/7) , a Vibra anunciou também a nova marca da parceria da empresa com a Copersucar na comercialização de etanol — a sociedade passa a se chamar Evolua Etanol. A companhia prevê comercializar 9 bilhões de litros em seu primeiro ano de vida.

Raízen aposta em complemento com etanol

A companhia se aliou à Volkswagen e Shell para estimular a eletrificação no Brasil. As empresas também querem incentivar o uso de etanol como uma estratégia complementar entre carros elétricos, híbridos e flex.

A parceria inclui iniciativas para instalação de postos de recarga para os carros elétricos da marca e fornecimento de energia renovável para as fábricas e rede de concessionários da Volkswagen no Brasil. No caso do etanol, o objetivo da Raízen é desenvolver novas fórmulas de etanol pela Raízen e investir em P&D para melhorar a eficiência do biocombustível.

Os planos de eletromobilidade da Raízen passam também pela inovação. A companhia anunciou a participação na rodada de investimento de R$ 10 milhões na startup Tupinambá Energia — que desenvolve soluções de recarga elétrica veicular.

Criada em 2019, a startup opera infraestruturas de eletro-abastecimento de ponta a ponta, do aplicativo ao carro carregado. O aplicativo da Tupinambá reúne mais de mil pontos de recarga mapeados pelo país para facilitar a localização, pelos usuários, dos empreendimentos que oferecem o serviço.

A parceria vai integrar o portfólio da Raízen em mobilidade elétrica, que inclui o fornecimento de energia renovável e soluções de abastecimento elétrico para frotas de empresas, e o desenvolvimento de uma ampla rede de recarga rápida através do programa Shell Recharge, anunciado no final de 2021.

As movimentações fazem parte da estratégia da Raízen de se tornar um balcão único de atendimento (one stop shop) de soluções em energia — isto é, permitir ao cliente adquirir diversos produtos e serviços em um só lugar.

Ipiranga

A distribuidora do Grupo Ultra já possui uma rede. Em 2021, fechou o ano com 44 postos de recarga elétrica, localizados em 21 cidades e no Distrito Federal. Trata-se de uma parceria com a BMW.

A rede inclui seis postos no corredor eletrificado da Rodovia Presidente Dutra, entre São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) — parceria com a BMW e a EDP.

A meta da companhia, anunciada no relatório de sustentabilidade, publicado em maio, é instalar mais 40 pontos de recarga elétrica nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.