RIO — A Sergas, distribuidora sergipana de gás canalizado, deve assinar, até 1º de junho, um novo contrato de suprimento de gás natural com a Petrobras, com validade de nove anos. A petroleira ofereceu uma redução do valor da molécula, em troca de aumento dos prazos em relação à negociação de 2021.
A Petrobras tem apresentado propostas nessa mesma linha a outras concessionárias, após a judicialização dos contratos de fornecimento negociados entre a estatal e as distribuidoras no fim do ano passado, válidos a partir de 2022.
Além de Sergipe, o aumento dos preços do gás foi parar na Justiça também em Santa Catarina, Ceará, Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A expectativa é que outras companhias estaduais fechem em termos semelhantes com a petroleira.
Os novos termos
Na virada do ano, a Petrobras aumentou a indexação do preço do gás em relação ao petróleo, de 12% para 16,75% do barril do tipo Brent. Os acordos foram assinados, na ocasião, com validade de quatro anos.
Agora, a petroleira e as distribuidoras negociam uma indexação de 12,6 % do preço do Brent até dezembro de 2023 — e de 12% a partir de janeiro de 2024. Em contrapartida, a validade dos acordos será ampliada para nove anos. As partes também negociam critérios para redução dos volumes contratados junto à estatal ao longo do tempo.
Os novos termos estão sendo bem-aceitos por diversas distribuidoras, segundo fontes consultadas.
Distribuidoras e Petrobras negociam uma curva de redução do volume contratado. A ideia é que os volumes sejam reduzidos, até o fim do contrato, para 65% dos patamares iniciais. Há também a possibilidade de opções intermediárias, de redução ou até aumento dos volumes.
“Esse volume pode ser maior, até mesmo de 100% caso queiramos, ou menor. Nós consideramos essa proposta da Petrobras bastante competitiva. O prazo nos dá segurança e transparência, inclusive no preço”, afirmou o presidente da Sergas, Valmor Bezerra, ao político epbr, serviço de cobertura exclusiva de política energética da agência epbr.
Sergas pede volume maior
Em Sergipe, a Sergas negocia com a Petrobras um novo contrato, com volume de 300 mil m³/dia — um aumento de 50 mil m³/dia em relação ao acordo vigente.
O gás extra será destinado a consumidores industriais (cerâmica e vidro) e ao aumento da demanda por GNV, que tem ganhado competitividade frente ao encarecimento da gasolina.
Em litígio com a Petrobras, a Sergas havia lançado uma chamada pública este ano, na tentativa de substituir ou reduzir a dependência da petroleira estatal. A distribuidora também fechou com a Galp, para aquisição de volumes complementares ao estado.