Gás Natural

Poço em Sergipe termina sem indícios de óleo e gás, diz Enauta

Campanha é operada pela ExxonMobil (50%), com Murphy Oil (20%) e Enauta (30%); Murphy falou em potencial de 1 bilhão de barris

West Saturn, navio-sonda da Seadril que ficará responsável pela retomada da campanha de perfuração da ExxonMobil, em águas brasileiras (Foto: Marinha do Brasil)
Sonda de perfuração offshore West Saturn da Seadrill em águas brasileiras (Foto: Marinha do Brasil)

A Enauta informou nesta segunda (28/3) que o poço 1-EMEB-3-SES, perfurado no bloco exploratório SEAL-M-428, em águas profundas da Bacia de Sergipe-Alagoas, foi concluído sem identificar indícios de óleo ou gás natural.

A campanha de perfuração do prospecto Cutthroat foi comandada pela ExxonMobil, operadora do projeto, que também conta com participação da Murphy Oil Corporation.

“Embora não tenha sido constatada a ocorrência de hidrocarbonetos nesse poço, o consórcio realizará estudos complementares, integrando os dados amostrados à sua interpretação geológica regional, de forma a atualizar sua visão quanto ao potencial exploratório dos blocos situados em águas ultraprofundas na Bacia Sergipe-Alagoas”, diz comunicado ao mercado divulgado pela Enauta.

A licença emitida pelo Ibama para a campanha em águas profundas de Sergipe autoriza a perfuração de até 11 poços ​​exploratórios nos blocos SEAL-M-351, SEAL-M-428, SEAL-M-430, SEAL-M-501, SEAL-M-503 e SEAL-M-573, áreas das 13ª, 14ª e 15ª rodadas de licitação da ANP. A licença tem validade de cinco anos.

A ExxonMobil é a operadora do projeto e detém 50% de participação no consórcio formado também pela Murphy Oil (20%), dos EUA, e pela brasileira Enauta (30%) para explorar nove blocos no litoral de Sergipe.

Estimativas polêmicas

Na última semana, a agência Reuters noticiou que o presidente-executivo da Murphy Oil, Roger Jenkins, em apresentação aos investidores, estimou que a área tem potencial de recursos brutos entre 500 milhões e 1,050 bilhão de barris de óleo e gás (boe).

Segundo a Enauta, a estimativa “foi elaborada pela Murphy Oil de maneira unilateral anteriormente ao início da perfuração”.

A Enauta “destaca que, segundo a sua área técnica, a avaliação do prospecto somente será efetivamente conhecida após a perfuração e a perfilagem final do poço. A Companhia manterá o mercado informado sobre esse tema”, diz o comunicado enviado na semana passada.

Veja o comunicado da Enauta, desta segunda (28), na íntegra:

“A Enauta Participações S.A. (“Companhia”, B3:ENAT3) informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que foi concluída a perfuração, a perfilagem e a avaliação final do poço exploratório no Bloco SEAL-M-428 (prospecto Cutthroat), denominado 1-EMEB-3-SES.

Embora não tenha sido constatada a ocorrência de hidrocarbonetos nesse poço, o Consórcio realizará estudos complementares, integrando os dados amostrados à sua interpretação geológica regional, de forma a atualizar sua visão quanto ao potencial exploratório dos blocos situados em águas ultraprofundas na Bacia Sergipe-Alagoas.

A Enauta Energia S.A., controlada da Companhia, possui 30% de participação em nove blocos na Bacia de Sergipe-Alagoas. A Enauta foi parcialmente carregada pelos parceiros ExxonMobil e Murphy Oil Corporation na perfuração desse poço, conforme acordado nos respectivos acordos de farmout.”