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Raízen investe em startup de recarga para veículos elétricos

Startup atua com soluções de recarga para VEs através de uma rede de abastecimento integrada a uma plataforma 100% digital

Criada em 2019, a startup opera infraestruturas de eletro-abastecimento de ponta a ponta, do aplicativo ao carro carregado (foto: Tupinambá Energia/Divulgação)
Criada em 2019, a startup opera infraestruturas de eletro-abastecimento de ponta a ponta, do aplicativo ao carro carregado (foto: Tupinambá Energia/Divulgação)

A Raízen, joint venture entre Shell e Cosan que atua no setor sucroenergético, anunciou nesta quarta (26/1) a participação na rodada de investimento de R$ 10 milhões na startup Tupinambá Energia, que desenvolve soluções de recarga elétrica veicular.

Criada em 2019, a startup opera infraestruturas de eletro-abastecimento de ponta a ponta, do aplicativo ao carro carregado. A rodada contou também com a participação da empresa de investimentos Plataforma Capital.

O aplicativo da Tupinambá reúne mais de mil pontos de recarga mapeados pelo país para facilitar a localização, pelos usuários, dos empreendimentos que oferecem o serviço.

Segundo a Raízen, o investimento pretende acelerar o desenvolvimento da rede de recarga no Brasil, além de oferecer outras soluções de mercado. Há ainda a possibilidade de a gigante converter seu investimento em participação societária da empresa.

A parceria vai integrar o portfólio da Raízen em mobilidade elétrica, que inclui o fornecimento de energia renovável e soluções de abastecimento elétrico para frotas de empresas, e o desenvolvimento de uma ampla rede de recarga rápida através do programa Shell Recharge, anunciado no final de 2021.

As movimentações fazem parte da estratégia da Raízen de se tornar um balcão único de atendimento (one stop shop) de soluções em energia – isto é, permitir ao cliente adquirir diversos produtos e serviços em um só lugar.

A companhia investe em soluções para geração distribuída e comercialização de energia no mercado livre, eficiência energética, certificados de energia renovável e mobilidade elétrica.

Há quatro anos, a companhia criou o Pulse, um dos grandes hubs incentivadores de inovação aberta do Brasil. Atualmente, o Pulse colabora diretamente com o desenvolvimento de mais de 50 startups associadas e, nos últimos anos, possibilitou que mais de 70 projetos-piloto fossem ou estejam sendo testados dentro da companhia.

Outra iniciativa para expansão da infraestrutura urbana de recarga elétrica veio da Movida, empresa de aluguel de carros, que anunciou em dezembro do ano passado a inauguração de sua primeira loja conceito para mobilidade elétrica, na Marginal Tietê, em São Paulo.

O espaço conta com 10 carregadores standard da Zletric que podem carregar até 25 veículos/dia, com carregamento total de até 5 horas. Além de um carregador ultrarrápido, da Nissan, que possibilita a carga completa em apenas 40 minutos.

Segundo Renato Franklin, CEO da Movida, a proposta é aproximar o veículo elétrico dos consumidores ampliando a infraestrutura de recarga.

Estratégia para etanol e elétricos no Brasil

No final de outubro, Volkswagen do Brasil, Raízen e Shell anunciaram uma parceria para estimular o uso de etanol como uma estratégia complementar entre carros elétricos, híbridos e flex.

A colaboração também inclui iniciativas para instalação de postos de recarga para os carros elétricos da marca e fornecimento de energia renovável para as fábricas e rede de concessionários da Volkswagen no Brasil.

No caso do etanol, o objetivo é o desenvolvimento de novas fórmulas de etanol pela Raízen, e P&D para melhorar a eficiência do biocombustível.

A montadora alemã anunciou recentemente um Centro de P&D em Biocombustíveis no Brasil. A proposta é pesquisar fronteiras do uso do etanol como modelo de eletrificação via célula a combustível, com foco também na exportação.

Eletrificados batem recorde de vendas em 2021

Os automóveis e comerciais leves eletrificados (EVs) bateram recorde de vendas em 2021, com 34.990 unidades vendidas, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Superando todas as expectativas, o aumento foi de 77% sobre os 19.745 emplacamentos deste tipo de modal em 2020 e de 195% sobre os 11.858 de 2019.

Nos cálculos, foram considerados os automóveis e comerciais leves híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e elétricos puros (BEV) emplacados de janeiro a dezembro do último ano.

Os líderes de venda continuaram sendo os elétricos híbridos flex a etanol (HEV), fabricados no Brasil pela Toyota, com 54% do total (18.948 unidades). Com destaque para o Corolla Cross Híbrido Flex que fechou o ano já totalizando 11.027 unidades vendidas.

Em 2021 no Brasil, segundo balanço da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), de um total de 1,55 milhão de automóveis emplacados (incluindo veículos à combustão), 2% eram elétricos.

A frota eletrificada total em circulação no país contabiliza 77.259 automóveis e comerciais leves (2012-2021).

Sobre o futuro, executivos da indústria global de automóveis acreditam que 41% dos novos veículos vendidos no Brasil em 2030 serão elétricos, de acordo com relatório divulgado pela consultora KPMG em 6 de janeiro.