LISBOA — O CEO da Cemig, Reynaldo Passanezi, acredita que um dos principais méritos da MP 1304/2025 é colocar a competitividade da energia no Brasil – e os subsídios do setor elétrico – no centro do debate.
Em entrevista ao estúdio eixos, durante o EVEX Lisboa 2025, o executivo disse ver com bons olhos a criação do teto da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e os incentivos às fontes renováveis. Assista na íntegra acima.
“Precisa continuar mantendo subsídio [para eólica e solar no Brasil]? Eu, particularmente, penso que se nós temos que estimular – e é necessário estimular, por exemplo, o tema da resiliência, o tema da intermitência – talvez tenhamos que estimular tecnologias novas, tecnologias disruptivas, mas não tecnologias maduras”, comentou.
Passanezi também cita o impacto “invisível” da geração distribuída (GD) sobre o mercado regulado, que é a redução da base de clientes que dividem o custo da infraestrutura de distribuição. Na Cemig, quase 20% dos clientes já possuem GD
“Tem um impacto [o dos incentivos] que está na CDE, que todo mundo enxerga ali na conta de luz, vem aberta. Mas tem um outro impacto que, na verdade, não se enxerga, mas que é expressivo: que é que aquele ativo é dividido por menos consumidores”.
Cemig amplia investimento
Passanezi destacou ainda que a Cemig aumentou o deu plano de investimentos, para criar uma rede mais robusta, eficiente e preparada para o futuro.
O plano totaliza R$ 59 bilhões entre 2019 e 2029, o que representa uma média anual superior a R$ 5,3 bilhões – ante o patamar de menos de R$ 1 bilhão em 2018.
Entre os principais programas está o “Mais Energia”, voltado à ampliação da rede de subestações; e o “Minas Trifásico”, que prevê a expansão da rede trifásica para apoiar o agronegócio.
A Cemig também investe na resiliência da rede elétrica frente a eventos climáticos extremos, segundo ele.
Entre as ações enumeradas pelo CEO estão a substituição de estruturas de madeira por metálicas (reduzindo fragilidade a intempéries); o incremento da dupla alimentação em municípios que antes tinham apenas uma fonte; o uso de baterias em plantas solares; e a instalação de medidores inteligentes.
Principais pontos da entrevista com o CEO da Cemig:
- Investimento recorde: R$ 59 bilhões entre 2019 e 2029, média anual de R$ 5,3 bilhões.
- Programas estratégicos: “Mais Energia” amplia subestações; “Minas Trifásico” cria 30 mil km de rede trifásica para o agronegócio.
- Resiliência da rede: estruturas metálicas, dupla alimentação, baterias e plantas solares para emergências climáticas.
- Expectativas sobre MP 1304: redução de subsídios, flexibilização de horários e abertura de mercado, já que a oneração das tarifas impacta competitividade.
- Energia como insumo: pressão para aproximar tarifa ao custo real de geração.
- Geração distribuída: tem impactos sobre consumidores regulados e há necessidade de equilibrar rentabilidade entre segmentos do setor elétrico.
- Políticas de incentivo: revisão de subsídios para tecnologias maduras e já bem posicionadas no mercado além de estímulo a novas soluções.
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