A liberação do enchimento fracionado de botijões de gás liquefeito de petróleo (GLP) pode atrair o crime organizado para o setor e estimular a adulteração do produto, na avaliação do vice-presidente da Consigaz, Maher Kadri.
“Eu acredito que nenhuma forma de comercialização do produto que venha a reduzir a segurança que a gente traz do modelo atual deve ser avaliada”, disse o executivo, em entrevista ao estúdio eixos, durante a Liquid Gas Week, no Rio de Janeiro.
As grandes distribuidoras do mercado brasileiro são contra a reforma proposta pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os dois principais pontos de discórdia são a liberação do enchimento fracionado de botijões e o enchimento por diferentes marcas.
Segundo Kadri, a regulação atual protege o setor de fraudes.
“A gente tem visto o que aconteceu recentemente no setor de combustíveis. Hoje, no GLP, o atual modelo impede que isso aconteça. E quando você flexibiliza essa regra, você pode trazer crime organizado para o nosso setor, que é um problema que a gente não tem: o de adulterações do produto”, disse.
Outros destaques da entrevista
- Concorrência, regras atuais e entrada de novos players
- Foco no botijão e expansão orgânica por regiões
- Papel das distribuidoras na adesão da revenda ao Gás do Povo
- Horizonte de expansão para o Nordeste;
- Capex: tanques, botijões e novas plantas;
- Visão da Consigaz sobre o retorno da Petrobras ao GLP.