'COP da verdade'

Lula diz que enviou carta convidando Trump para COP30: 'mundo passa por um gravíssimo problema'

Presidente quer conferência como “COP da verdade”, cobra compromisso contra aquecimento global e articula reação externa às medidas dos EUA

Lula durante cerimônia de assinatura da MP "Brasil Soberano", no Palácio do Planalto (DF), em 13 de agosto de 2025 (Foto Ricardo Stuckert/PR)
Lula (PT) durante cerimônia de assinatura da MP "Brasil Soberano", no Planalto (Brasília), em 13 de agosto de 2025 (Foto Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relatou na quarta-feira (13/7), que, no dia anterior, enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convidando-o para participar da COP30.

Ainda assim, o petista fez críticas ao líder americano por causa do tarifaço e das sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Vai ser a ‘COP da verdade’. Queremos cobrar dos governantes do mundo se eles acreditam ou não no que os cientistas falam. Que o mundo está passando por um gravíssimo problema”, disse o presidente. “Vão ter que dizer se acreditam ou não se teremos que tomar providências para que a temperatura no mundo aumente (até) 1,5°C.”

O petista também reiterou que, ainda nesta semana, pretende manter diálogo com líderes de países como África do Sul, Alemanha, França e México para construir uma reação conjunta a Trump. Para ele, a resposta precisa ser articulada e coordenada no cenário internacional, mas acompanhada de medidas internas.

“Não é correto, não é justo e não é honesto. Nunca pedi para o presidente de outro país gostar de mim ou não […] Só quero que ele me respeite como presidente do meu país”, disse Lula. “Estamos tentando negociar e não tem ninguém para conversar.”

A declaração do presidente sobre o convite para Trump participar da COP30 ocorre em meio a críticas à conferência que será realizada de 10 a 21 de novembro, em Belém, no Pará. A crise dos altos preços de hospedagem ameaça o sucesso das negociações.

O encontro multilateral pode perder força se o Brasil não garantir a participação das delegações de países menos desenvolvidos e ilhas, os mais afetados pelo aquecimento do planeta.

Além disso, a COP será realizada em um clima de hostilidade global, em meio a guerras, tarifas sobre exportações e a saída dos Estados Unidos de Donald Trump do Acordo de Paris, que completa dez anos em 2025.

Marina minimiza ausência dos EUA

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), minimizou a ausência dos Estados Unidos na COP em Belém. Ela afirmou que, durante as três décadas de mobilizações e avanços globais sobre a temática, os norte-americanos estiveram ausentes.

“Eles já participaram, mas para atrapalhar. E andou muita coisa, mesmo sem a participação deles”, disse ela.

A ministra criticou a contradição da ausência, uma vez que os EUA são o segundo maior emissor de gases de efeito estufa (GEE) do planeta e o maior em termos per capita.

De acordo com estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é esperado um fluxo de mais de 40 mil visitantes durante os principais dias da Conferência.

Deste total, aproximadamente 7 mil compõem a chamada “família COP”, formada pelas equipes da ONU e delegações de países membros. Ao todo, 198 países confirmaram que enviarão representantes.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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