Tarifaço

Peso do mercado dos EUA para faturamento da indústria de O&G no Brasil é de 5,3%, diz CNI

Cerca de 4,5% da indústria extrativa e 2,6% da indústria de transformação dependem das exportações para os EUA, segundo a CNI.

Presidente da CNI, Ricardo Alban. Foto: Gustavo Alcântara/CNI
Presidente da CNI, Ricardo Alban. Foto: Gustavo Alcântara/CNI

BRASÍLIA — Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o peso do mercado dos Estados Unidos para o faturamento da indústria de petróleo e gás no Brasil é de 5,3%, percentual que pode ser afetado com as barreiras tarifárias impostas pelo país.

Em 2024, os óleos brutos de petróleo foram o principal produto exportado pelo Brasil para os EUA, totalizando US$ 5,8 bilhões.

Cerca de 4,5% da indústria extrativa e 2,6% da indústria de transformação dependem das exportações para os EUA, segundo a CNI.

No entanto, os setores mais prejudicados pelas taxas serão o de tratores e máquinas agrícolas, com redução de 1,86% da produção; aeronaves (-9,19%) e carnes de aves (-4,18%).

O tarifaço de 50% imposto pela Casa Branca produtos brasileiros foi classificado pelo presidente da entidade, Ricardo Alban, como uma “política de perde-perde”, em que não há beneficiados.

Os números mostram que esta política é um perde-perde para todos, mas principalmente para os americanos. A indústria brasileira tem nos EUA seu principal mercado, por isso a situação é tão preocupante. É do interesse de todos avançar nas negociações e sensibilizar o governo americano da complementariedade das nossas relações. A racionalidade deve prevalecer”, afirma o presidente da CNI.

A CNI calcula que as tarifas contra parceiros comerciais norte-americanos podem levar a uma queda de 0,37% no PIB dos EUA, além de uma redução de 0,12% no PIB global e uma retração de 2,1% no comércio mundial (equivalente a US$ 483 bilhões).

Para o Brasil, as projeções indicam uma perda de R$ 19,2 bilhões no PIB, R$ 52 bilhões nas exportações e a eliminação de cerca de 110 mil empregos.

Os EUA são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, absorvendo 12% das exportações brasileiras e fornecendo 16% das importações.

Nos últimos dez anos (2015-2024), os EUA mantiveram um superávit consistente com o Brasil, totalizando US$ 43 bilhões em bens e US$ 165 bilhões em serviços.

O Brasil aplica uma tarifa média real de 2,7% às importações de produtos americanos e tem déficit na balança comercial, mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alegou desequilíbrio nessa relação em favor do Brasil e perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiadores ao impor a tarifa de 50%.

Entre os estados brasileiros, o mais afetado será São Paulo, com impacto negativo de R$ 4,4 bilhões no PIB, seguido do Rio Grande do Sul (R$ 1,9 bi), Paraná (R$ 1,9 bi), Santa Catarina (R$ 1,77 bi) e Minas Gerais (R$ 1,66 bi).

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