O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta segunda-feira (23/6), que o programa de substituição da frota de ônibus convencionais por elétrico está em atraso por culpa do fornecimento de energia elétrica Enel. Segundo ele, a cidade tem cerca de 700 veículos elétricos e outros 200 à espera de ações da distribuidora.
“Essa empresa irresponsável não faz a ligação elétrica nas garagens”, afirmou o prefeito. A declaração foi feita à Rádio Eldorado , direto de Milão, na Itália, onde Nunes cumpre agendas com encontros nas áreas de mobilidade, sustentabilidade e alimentação.
O espaço está aberto para manifestação da Enel.
Na entrevista, Nunes também indicou que a capital paulista fará investimentos de R$ 12 bilhões em três ecoparques que vão gerar energia a partir do lixo, com base em um modelo já adotado na Itália.
Questionado ainda sobre as eleições de 2026, Nunes disse acreditar que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deverá disputar a reeleição no estado e não na Presidência da República.
SP adia meta de ônibus elétricos
Em fevereiro, o prefeito afirmou que “não tem como garantir” que até 2028 metade da frota de ônibus da capital seja movida a eletricidade, citando limitações da indústria e da Enel.
“A gente não tem como garantir que vai ser possível fazer 50% (da frota movida a eletricidade) até 2028 por conta das realidades, da atualidade. Quais são? Falta de ônibus por parte da produção da indústria e também falta de infraestrutura por parte da Enel“, disse.
O impasse se agravou com a decisão liminar da Justiça em 10 de fevereiro, que suspendeu a revogação da meta de 50% até 2028 — mantendo apenas o prazo final de 2037 para eletrificação total. A ação foi proposta pelo PSOL, que alega inconstitucionalidade na mudança.
Nunes anunciou recurso: “O que que a gente vai responder pra Justiça? Que a gente precisa ter propostas plausíveis. Vamos recorrer, a gente vai explicar isso. Da nossa parte, tudo aquilo que é necessário fazer para poder ter um avanço na questão da substituição dos ônibus a gente está fazendo. A gente tem consciência e desejamos fazer essa substituição”.
“Não adianta a gente imaginar que vai conseguir algo até 2028 se ainda não existe uma condição adequada, tanto do fornecimento de ônibus pela indústria quanto pela infraestrutura, por parte da Enel”, reforçou à época.
Com informações do Estadão Conteúdo.