Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), até então secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (SEV/MDIC), tomará posse como deputado federal nesta terça-feira (17/6).
A saída já era esperada. Em março, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as regras sobre “sobras eleitorais” deveriam valer a partir de 2022, o que alcançou o resultado de Rollemberg, que nas últimas eleições teve quase 52 mil votos.
Na época, o então secretário anunciou em suas redes sociais que deixaria o cargo para assumir a cadeira ocupada por Gilvan Máximo (Republicanos/DF).
Lucas Ramalho, o diretor do Departamento de Novas Economias da pasta, assume interinamente a secretaria.
Na despedida do MDIC, Rodrigo Rollemberg defendeu que o Brasil explore seu potencial na transição energética, aproveitando a grande disponibilidade de biomassa, matriz energética limpa, abundância de água e uma matriz industrial diversificada, além das boas relações diplomáticas.
“O Brasil precisa aproveitar essas oportunidades que a emergência climática e as mudanças geopolíticas têm trazido ao mundo, e que demonstram a necessidade dos países descarbonizarem seus processos produtivos de forma segura. O Brasil deve se apresentar como um paraíso para novos investimentos verdes”.
Secretaria de Economia Verde
Criada em 2023, a SEV tem como objetivo principal articular políticas públicas para descarbonizar a economia, impulsionar a bioindústria, estruturar cadeias produtivas sustentáveis (especialmente na Amazônia) e promover empreendimentos com impacto social e ambiental.
Rollemberg foi o primeiro a ocupar a cadeira da Secretaria de Economia Verde e durante sua gestão concentrou ações como:
- Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA): a mudança de Centro de Biotecnologia para Centro de Bionegócios da Amazônia. Atualmente, finaliza a reforma de um antigo hotel que servirá de hub de bioeconomia na região amazônica, com sete startups já selecionadas para ocupar o novo espaço;
- Selo Verde e Selo Amazônia: estão em desenvolvimento dois selos para normatização e certificação de produtos e de serviços sustentáveis e, no caso do Selo Amazônia, valorização, identificação e divulgação de produtos manufaturados genuinamente amazônicos;
- Plano Clima Adaptação – Setorial Indústria: elaboração de planos setoriais com diretrizes para adaptação climática para a indústria até 2030. Busca mapear riscos, identificar cadeias produtivas mais vulneráveis, analisar cenários climáticos, apresentar soluções, meios de financiamento e metas de adaptação para serem atingidas,.
- Plano Setorial da Indústria – Plano Clima Mitigação: elaboração de diretrizes para mitigação de impactos climáticos para a indústria. Plano busca estabelecer o orçamento de carbono do setor até 2050 de acordo com os parâmetros da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) apresentada na COP29;
- Estratégia Nacional de Economia Circular: focada na transição do modelo de produção linear para uma economia circular, incentivando o uso eficiente de recursos naturais e práticas sustentáveis ao longo da cadeia produtiva. Recentemente, contou com o lançamento do Plano Nacional de Economia Circular;
- Estratégia Nacional de Bioeconomia: reúne diretrizes e objetivos estratégicos para o desenvolvimento de cadeias de produtos, processos e serviços que utilizam recursos biológicos e tecnologia avançada para elaboração de produtos mais sustentáveis;
- Estratégia Nacional de Economia de Impacto: incentiva negócios e investimentos no Brasil que buscam equilibrar resultados financeiros com a geração de impactos sociais e ambientais positivos. Recentemente, contou com o lançamento do Cadastro Nacional de Empreendimentos de Impacto (Cadimpacto), que busca dar maior visibilidade a negócios do setor;
- Sistema Nacional de Economia de Impacto: trata-se de um sistema uniformizado para desenvolvimento de parcerias com as políticas públicas dos estados, observando as especificidades de cada território, de modo a fomentar negócios de impacto. Quatro estados já aderiram ao sistema: Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e Espírito Santo.
- Estruturação de cooperativas de extrativistas nas cadeias produtivas do açaí, cupuaçu, babaçu e castanha: o projeto, de R$ 104 milhões, em parceria com o Sebrae pretende estruturar cooperativas de extrativistas nessas quatro cadeias. Por meio da compra de máquinas e equipamentos (levantados pela Embrapa) visa a tornar mais produtivo e menos penoso o trabalho de extração desses produtos.