Cortes de geração

CMSE avalia na próxima quarta (11) resultado de estudo para reduzir cortes de geração no Nordeste

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico se reunirá em 11 de junho para avaliar estudos do ONS voltados a mitigar o curtailment que afeta renováveis no Norte e Nordeste

UHE Belo Monte, maior hidrelétrica 100% brasileira, localizada na bacia do Rio Xingu, próximo de Altamira, no Pará (Foto Agência Brasil)
UHE Belo Monte, maior hidrelétrica 100% brasileira, localizada na bacia do Rio Xingu, próximo de Altamira, no Pará (Foto Agência Brasil)

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) reunirá, na próxima quarta-feira (11/6), estudos elaborados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) com foco em mitigar os impactos do curtailment — os cortes obrigatórios de geração que atingem principalmente usinas renováveis e hidrelétricas por restrições no Sistema Interligado Nacional (SIN).

Além disso, está na pauta a entrada em operação de um reforço no Bipolo de Xingu, investimento da State Grid. O Sistema Especial de Proteção (SEP) está previsto para a segunda metade de junho e vai liberar 1,8 GW de capacidade de escoamento de energia para o Sudeste.

Uma das propostas em análise é a adoção de critérios de operação que reduzam a redundância de segurança para N-1 (capacidade de suportar apenas uma contingência), em vez de manter o atual patamar de N-2 (dois eventos simultâneos).

Ao operar em N-2, o SIN limita a quantidade de energia transmitida; passar a N-1 reduziria gargalos e diminuiria a necessidade de desligamentos forçados. A decisão depende do parecer do ONS, que avalia a possibilidade de redução da redundância durante algumas horas por dia, explicaram fontes a par da discussão.

Tal medida já foi tomada no passado, durante a crise de 2021, para liberar maior capacidade de escoamento da energia gerada no Norte e Nordeste para os principais centros de carga, no Centro-Sul.

Outro ponto de atenção no CMSE é o armazenamento de água nos reservatórios das hidrelétricas, visando amenizar os impactos do período seco.

Os órgãos do setor elétrico avaliam um controle de vazão para ampliar o período de geração da hidrelétrica de Tucuruí, da Eletrobras, no Pará.

Em razão do ciclo anual de restrição hídrica, a usina de 8 GW costuma ficar limitada a cerca de metade da sua capacidade durante o período seco, que vai de novembro a abril.

A ideia é poupar a água no sistema que abastece a região desde já, para prolongar a operação no período mais crítico.

O CMSE também discutirá medidas de preservação dos recursos hídricos de Furnas (MG), Jupiá e Porto Primavera (SP/MS).

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