Angra 3

Eletronuclear aguarda suspensão de dívidas com bancos públicos

A Eletronuclear já solicitou a nova suspensão do pagamento de dívidas com a Caixa Econômica Federal (CEF) e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) até dezembro de 2026, afirmou o presidente da estatal nuclear, Raul Lycurgo

Presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, defende Angra 3 e fim do monopólio estatal (Foto Divulgação)
Presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo (Divulgação)

BRASÍLIA – A Eletronuclear aguarda uma resposta sobre suspensão do pagamento de dívidas com a Caixa Econômica Federal (CEF) e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) até dezembro de 2026, segundo o presidente da estatal nuclear, Raul Lycurgo, nesta terça-feira (27/5), na Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados.

O texto foi atualizado

Em nota, a Eletronuclear afirmou que pedido foi feito em janeiro deste ano, visando suspender as cobranças até dezembro de 2026.

Sem uma solução do governo para a remuneração e financiamento da construção de Angra 3, no Rio de Janeiro, a companhia conta com a renegociação dos juros das dívidas, como mostrou a agência eixos, em abril.

“Pelo menos, dá um respiro”, afirmou Lycurgo aos deputados federais. A audiência ocorreu a pedido de Júlio Lopes (PP/RJ).

Lycurgo explicou que na modelagem do BNDES para o financiamento de Angra 3 há previsão de quitação da dívida. Os estudos foram concluídos em setembro de 2024, mas resta ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovar a remuneração da usina.

“Nos estudos do BNDES tem o pré-pagamento dessa dívida toda. Na verdade, ninguém está falando aqui de não pagar e simplesmente suspender. Considerando esse fato novo [os estudos], já solicitamos à Caixa e ao BNDES um novo waiver [suspensão das obrigações] até dezembro de 2026”, disse.

A interrupção dos pagamentos traria um alívio de R$ 800 milhões em dois anos. A empresa arca com R$ 120 milhões anuais para preservar equipamentos e estruturas da usina de Angra 3 e outros R$ 100 milhões com pessoal.

O pedido de interrupção dos pagamentos foi feito em janeiro deste ano. O deputado Julio Lopes pretende interceder junto aos bancos para que o waiver seja concedido.

A Eletronuclear enfrenta uma crise financeira que pode levar à companhia a um déficit de R$ 2,1 bilhões.

Em fevereiro deste ano, o CNPE adiou pela segunda vez a decisão sobre Angra 3, a pedido do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

Durante a reunião, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), condicionou a continuidade das obras da usina nuclear de Angra 3 à remodelagem da governança da Eletronuclear. Silveira defendeu a necessidade de melhorar a confiabilidade e transparência da estatal para retomar a construção.

As obras da usina nuclear já consumiram R$ 23 bilhões. O estudo do BNDES apontou que desistir da construção custaria R$ 21 bilhões, enquanto a conclusão do empreendimento poderia chegar a R$ 23 bilhões.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias