A Petrobras anunciou nesta sexta (16) o cancelamento da contratação do novo FPSO para o campo de Jubarte, o chamado projeto Integrado do Parque das Baleia. Segundo a companhia, nova licitação será aberta e a entrada em operação será postergada em um ano, para 2024.
O projeto é pensado para aumentar o fato de recuperação dos reservatórios do Parque das Baleias. Prevê, por exemplo, capacidade para processar 100 mil barris/dia de óleo e 180 mil barris/dia de água – em 2017, detalhamos o projeto.
A Yinson foi a única empresa habilitada na concorrência, após a desclassificação do consórcio Bluewater/Saipem.
Nova fornecedora no mercado brasileiro, a Yinson tem sede na Malásia, venceu a disputa e foi contratada para construir e afretar um dos FPSOs do projeto de revitalização de Marlim – o outro está com a Modec.
“Frente ao contexto econômico do cenário da covid-19, [a Petrobras] postergou em cerca de um ano o Projeto Integrado do Parque das Baleias, ficando o início de operação e o primeiro óleo para 2024, porém preservando o escopo do projeto que prevê o remanejamento de poços entre plataformas em operação no ano de 2022”, explicou a Petrobras, em nota.
Jubarte e Marlim são os únicos projetos do plano de negócios atual da Petrobras com entrada de novos FPSOs na Bacia de Campos. Em Marlim as duas unidades estão contratadas para 2022 e 2023 e serão utilizadas para substituir o sistema de produção atual. As plataformas existentes serão progressivamente descomissionadas.
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Os três FPSOs em operação em Jubarte (Cidade de Anchieta, P-57 e P-58), produziram no primeiro semestre deste ano cerca de 195 mil barris/dia de óleo e 5 milhões de m³/dia de gás natural, mas a produção está em queda desde 2016, em decorrência da menor recuperação de óleo, mas também da retirada de algumas plataformas que já integraram o sistema de produção.
No campo, foi feita a primeira extração de óleo do pré-sal, em 2008, por meio da P-34, que já foi desativada. A maioria dos reservatórios, contudo, está no pós-sal da Bacia de Campos.
Jubarte é resultado da unificação do antigo Parque das Baleias – campos de Baleia Anã, Baleia Azul, Baleia Franca, Cachalote, Caxaréu, Mangangá, Pirambu e o próprio Jubarte, todos descobertos no antigo bloco BC-60.
Em 2014, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determinou a unificação dos ativos, desencadeando uma disputa arbitral com a Petrobras que durou cinco anos, já que a unificação implica em maior pagamento de participações especiais, um tipo de royalty em que a alíquota é maior de acordo com a produção total dos campos.
Em 2019, foi assinado um acordo que desbloqueou o pagamento de R$ 1,6 bilhão para o governo do Espírito Santo e municípios que fazem fronteira com o campo.
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