Sistemas isolados

Aneel abre consulta pública para leilão de sistemas isolados

Certame está previsto para maio e prevê contratação de sistemas de baterias e de um percentual mínimo para fontes renováveis

Placas solares e turbinas eólicas em projeto da Oncorp, no sistema isolado de Roraima, para armazenar energia com baterias Moura (Foto Divulgação Baterias Moura)
Projeto da Oncorp no sistema isolado de Roraima vai armazenar energia com baterias Moura | Foto Divulgação Baterias Moura

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (21/1) a abertura de consulta pública até 10 de março para regulamentar o leilão de sistemas isolados (Sisol), marcado para maio deste ano. Há a previsão de contratação de sistemas de baterias e de um percentual mínimo para fontes renováveis.

Serão licitados três lotes, em 11 localidades no Amazonas e no Pará. A potência total será de 49 megawatts (MW), capaz de atender uma população de 169 mil pessoas.

O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, disse esperar que as novidades propostas para o próximo certame melhorem as condições para os empreendedores e garantam suprimento energético.

“Tivemos dificuldades no último leilão de sistemas isolados em 2021. Alguns empreendimentos não entraram em operação. Esperamos que essas inovações tragam maior atratividade e segurança para esse leilão”, disse.

O certame de sistemas isolados teve as diretrizes anunciadas em novembro pelo Ministério de Minas e Energia.

A abertura da consulta pública foi aprovada na primeira reunião da diretoria colegiada da Aneel de 2025. Havia previsão dos processos empatados, já que a diretora-substituta, Ludimila Lima, foi nomeada pelo governo. Entretanto, os casos foram retirados da pauta porque Lima teve que se ausentar.

Primeiro leilão a prever participação de baterias

A maior inovação do edital do leilão é a possibilidade de inclusão de sistemas de armazenamento de energia. Será obrigatória a participação mínima de 22% de fontes renováveis.

O setor de armazenamento criticou o percentual. Na visão das empresas que fabricam baterias, seria possível viabilizar a entre 50% e 70% de energias renováveis.

Está prevista a segregação dos custos da parcela fóssil e da geração renovável. A partir do quinto ano de contrato, poderá haver descomissionamento da parte fóssil, caso seja feita a interligação da localidade.

Também haverá novidades na aplicação de penalidades. Em caso de falta de energia, os empreendedores poderão pedir a conversão de multas em investimentos para melhoria dos serviços.

A geração e o consumo de energia poderão ser monitorados em tempo real pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o que também é uma inovação a ser implantada neste leilão.

A área técnica da Aneel argumenta que a CCEE tem expertise na atuação dentro do Sistema Interligado Nacional (SIN) e pode contribuir com maior controle nos sistemas isolados.

A participação mínima de fontes renováveis faz parte do programa Energias da Amazônia, que prevê a descarbonização da geração de energia.

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