A Petrobras identificou a presença de hidrocarbonetos no primeiro poço pioneiro perfurado no bloco C-M-657, no pré-sal da Bacia de Campos. Os indícios são de gás natural, segundo informações enviadas pela empresa para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), esta semana.
O poço 1-BRSA-1376D-RJS, apelidado de Naru, foi perfurado a 308 km da cidade do Rio de Janeiro, em profundidade d’água de 2.892 metros. Os indícios foram constatados em reservatórios carbonáticos da seção pré-sal da Bacia de Campos.
“Os dados do poço serão analisados para melhor avaliar o potencial e direcionar as atividades exploratórias na área”, informou a Petrobras, em nota.
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A informação que foi feita uma notificação de indícios de gás, por si só, não é suficiente para confirmar a descoberta de um novo campo de gás natural, tampouco que não há petróleo na região do bloco. Publicamente, o único dado divulgado pela ANP é o tipo do fluido notificado (gás, petróleo, ambos ou “fluido não caracterizado”).
O bloco C-M-657 faz parte da leva de novas contratações de blocos em uma região inexplorada das bacias de Campos e Santos. Estão localizados além do polígono do pré-sal. O C-M-657, portanto, está contratado pelo regime de concessão, mais atrativo para as empresas.
Foi licitado na 15ª rodada de 2015 e tem a Petrobras como operadora com 30% do consórcio, em parceria com a ExxonMobil (40%) e Equinor (30%).
É uma região onde podem ser encontrados os futuros campos do pré-sal, dada a grande quantidade de blocos contratados em anos recentes. Não há, contudo, campos em produção, nem infraestrutura para produção de óleo e gás. Em caso de sucesso exploratório, se abrirá também uma nova fronteira para investimentos em gasodutos e equipamentos submarinos.
Em amarelo, os blocos de exploração contratados sob o regime de concessão (fora do polígono do pré-sal) e partilha no entorno do C-M-657, nas bacias de Campos e Santos (fonte: EPE)
O que são as notificações
Notificações de hidrocarbonetos não são, necessariamente, novas descobertas de petróleo ou gás natural. Um poço pode, por exemplo, identificar a presença de hidrocarbonetos, mas posteriormente ser classificado como “seco com indícios”. Outra possibilidade é descobrir um reservatório com gás, petróleo ou os dois, mas sem viabilidade de produção, por características geológicas ruins.
As operadoras são obrigadas a informar à ANP sempre que indícios de hidrocarbonetos são identificados durante a perfuração ou em análises posteriores dos poços.
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