NESTA EDIÇÃO.
YPFB assina contrato com TotalEnergies e Matrix Energy importação de gás argentino pelo Brasil
Vale fecha acordo com a Edge no mercado livre de gás
Petrobras e European Energy avançam em discussões para produção de e-metanol em Pernambuco
PL do devedor contumaz sai da pauta da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara
Aneel quer solução para o curtailment no primeiro semestre de 2025
Setor elétrico brasileiro tem taxa de retorno do investimento maior que média global, diz Moody’s
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Bolívia dá um passo adiante para viabilizar trânsito do gás argentino para o Brasil
A estatal boliviana YPFB assinou seu primeiro contrato operacional internacional para viabilizar a exportação do gás natural da região argentina de Vaca Muerta para o mercado brasileiro.
O acordo foi fechado com a TotalEnergies e a Matrix Energy.
- Prevê o envio de gás natural argentino para o Brasil por meio do Sistema Integrado de Transporte da Bolívia.
- A conexão entre as redes de gás do Brasil e da Bolívia ocorre por meio do Gasbol, cujos volumes são contratados sobretudo pela Petrobras. Nos últimos anos, com as iniciativas para a redução da participação da estatal brasileira no mercado, a YPFB passou a fechar acordos também com agentes privados no Brasil.
O contrato foi anunciado uma semana depois da assinatura, durante a cúpula do G20, do memorando de entendimento entre os governos brasileiro e argentino para estudar as rotas para a entrada da produção argentina no Brasil.
- No curto prazo, a Bolívia é a única rota viável. A expectativa é que os envios tenham início já no verão de 2025.
- O serviço de trânsito prestado pela YPFB custará entre US$ 1,4 e US$ 2 o milhão de BTU, dependendo do tipo de contrato.
Em nota, o MME afirmou que a importação “potencializa a utilização dos gasodutos existentes e representa um importante passo para a integração energética regional”.
O ministro Alexandre Silveira destacou a importância da compra do gás argentino para o fortalecimento das relações comerciais entre os países da América do Sul.
“A integração com os nossos vizinhos sul-americanos é estratégica para atender às demandas da população e do setor produtivo”, disse em nota.
Mercado livre de gás. A Vale assinou um contrato de suprimento de gás natural com a Edge no mercado livre para 2025, no valor de R$ 101 milhões. A mineradora se prepara para ampliar sua presença no ambiente livre no ano que vem. Assinou, recentemente, contratos também com a Origem Energia e com a Eneva.
Protecionismo. As barreiras impostas ao Brasil com a justificativa de critérios ambientais, sobretudo pela Europa, podem comprometer o papel do país na descarbonização do setor aéreo global, avaliam especialistas. Uma das discussões envolve metodologia utilizada pelo Corsia para medir as emissões de carbono no ciclo de vida do combustível sustentável de aviação (SAF).
- Durante workshop promovido pelo MME, a assessora Internacional e de Meio Ambiente da Anac, Marcela Anselmi, apontou que o cenário pode prejudicar o alcance de metas de descarbonização do setor aéreo, uma vez que não haverá SAF suficiente para atender à demanda global projetada.
Produção de e-metanol no Brasil. A Petrobras assinou um acordo de princípio (heads of agreement) com a empresa dinamarquesa European Energy para a implantação de uma planta de e-metanol em escala comercial em Pernambuco. Segundo a estatal, o acordo representa uma importante etapa nas negociações para estruturar a parceria.
Crimes no setor de combustíveis. Apesar do respaldo de um inédito acordo entre a Receita e os agentes econômicos envolvidos com o tema, o projeto de lei que tipifica o devedor contumaz e cria programas de conformidade tributária e aduaneira foi retirado de pauta na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara.
- A necessidade de ajustes no texto do PL 15/2024 e o momento político conturbado, dada a concorrência com assuntos prioritários, fizeram com que a Câmara recuasse.
Compradores do petróleo do pré-sal. O mais recente leilão de petróleo da União ficou marcado pela primeira grande diversificação, com quase dois terços do óleo vendido para empresas chinesas. Maiores volumes e a mudanças na precificação dos barris vendidos têm atraído mais concorrência nos leilões promovidos pela PPSA.
Uma solução para o curtailment? A Aneel deve propor, no primeiro semestre de 2025, soluções para os cortes de geração. O diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, acredita que o assunto deverá ser debatido antes da próxima “safra dos ventos”, período entre julho e setembro em que há as melhores condições para a geração eólica.
Remuneração do investimento. As operações de empresas de distribuição e transmissão de energia no Brasil têm uma média de retorno do investimento superior a outros países, segundo a Moody’s Ratings. No Brasil, a média anual de retorno entre 2019 e 2023 ficou em 7,5%, superior ao registrado no resto do mundo, que foi de 4,4%.
Financiamento. A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que prevê que o CNPE deve estabelecer diretrizes sobre as fontes de financiamento e as metas de participação dos programas energéticos na matriz energética nacional. O texto altera a Lei do Petróleo e ainda precisa ser analisado por outras comissões antes de ir a Plenário.
- A medida é válida para programas específicos, como os de uso do gás natural, do carvão, da energia termonuclear, dos biocombustíveis, da energia solar, da energia eólica, do biogás, do biometano e da energia proveniente de outras fontes alternativas.
Acidente. O desmoronamento de uma plataforma de acesso no terminal da Transpetro em Angra dos Reis (RJ) resultou na morte de dois trabalhadores da empresa Olicampo, que prestavam serviços de manutenção na estação de tratamento de efluentes do terminal nesta quarta (27/11).