BRASÍLIA – O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban, apresentou uma proposta para criar um grupo de empresários com foco na elaboração de políticas verdes – a exemplo do B20, no caso do G20. A sugestão foi apresentada durante a inauguração do estúdio da CNI, nesta terça (12/11), na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP29, em Baku, no Azerbaijão.
Alban afirmou que dialoga com o governo e que a ideia é mobilizar representantes do setor privado com a missão de propor recomendações relevantes para a indústria, influenciando o processo de tomada de decisões nas pautas prioritárias da conferência do clima.
A ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva (Rede), disse, durante a inauguração do Pavilhão Brasil na COP29, que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do país são ambiciosas, com foco na meta de restringir o aquecimento global a 1,5°C.
“Chegamos aqui com o plano de transformação ecológica, liderado pelo Ministério da Fazenda, com seis eixos estratégicos: adensamento tecnológico, economia circular, bioeconomia, transição energética, finanças para o desenvolvimento sustentável, além de outras ações que precisam ser contempladas. ”, disse a ministra.
Marina reforçou ser preciso que o mundo inteiro tenha NDCs igualmente ambiciosas, traçando o caminho para o fim do uso de combustíveis fósseis e para o fim do desmatamento ilegal.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que lidera a missão brasileira na COP29, destacou o papel dos biocombustíveis para a redução de emissões e disse acreditar na aprovação do mercado regulado de carbono ainda nesta terça.
“O Brasil apresentou uma NDC extremamente ousada. Nós vamos sair dos 2,2 bilhões de toneladas de CO2 equivalente para buscar a meta de 850 milhões de toneladas em 2035”, pontuou Alckmin.
Mercado de carbono
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB), deram destaque em suas falas ao projeto de regulamentação do mercado de carbono no Brasil, que deve ser votado nesta terça-feira (12) pelo Senado Federal. O regime de urgência do projeto foi aprovado na semana passada, mas a análise do texto foi adiada após o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), retirá-lo da pauta para dar tempo às negociações.
A regulamentação do mercado de carbono é um dos itens elencados pela indústria brasileira como prioridades na agenda legislativa de 2024. Em março, a CNI entregou ao Congresso Nacional a chamada pauta mínima, que reuniu 12 propostas que, para a confederação, terão maior impacto no desenvolvimento econômico e social do país.