Biogás na aviação

De olho no SAF, Geo e agência alemã inauguram escritório em São Paulo

Geo e GIZ trabalham em requisitos básicos para a produção industrial de SAF a partir de biogás no Brasil

Técnico de manutenção de aviação, com colete de segurança amarelo fosforescente, carrega combustível de aviação sustentável no Boeing ecoDemonstrator 2021, com mangueira conectada verticalmente na parte de baixo da aeronave (Foto Divulgação Boeing)
Abastecimento do Boeing ecoDemonstrator 2021 | Foto Divulgação Boeing

BRASÍLIA — A produtora de biometano Geo bio gas&carbon e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável inauguraram na última semana o escritório de coordenação da parceria para o desenvolvimento da primeira planta no Brasil para produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir de biogás.

Geo e Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH atuarão juntas no estabelecimento dos requisitos básicos para a produção industrial de SAF a partir de biogás no Brasil.

Anunciada no início de agosto, quando o governo federal sancionou a lei do Combustível do Futuro, a parceria prevê investimentos da ordem de 7,8 milhões de euros, dos quais 1,5 milhões de euros serão recursos do Ministério da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha, que serão implementados pela GIZ no Programa develoPPP.

A Coopersucar também é parceira na planta piloto no interior de São Paulo, que conta com financiamento da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). A expectativa é começar a produzir SAF já a partir de 2025.

Objetivo é ganhar escala e replicar tecnologia

O empreendimento utiliza resíduos de biomassa como fonte de carbono biogênico e está sendo planejado para fornecer 270 mil litros/ano do combustível de baixo carbono quando alcançar escala comercial.

Um das metas da parceria é compartilhar a experiência da planta com outras empresas para a reprodução do projeto por outros investidores.

Está prevista também a disseminação de conhecimento por meio de capacitação de profissionais; e o apoio à certificação da cadeia produtiva, desde sua origem, e à regulamentação do biocombustível no Brasil.

“Durante os dois anos da fase inicial do projeto serão recicladas 300 mil toneladas de resíduos de biomassa. Durante o ciclo de vida de 10 anos da planta serão economizados 4,6 milhões de litros de água, gerados 15.000 megawatt horas (MWh) de energia renovável e recicladas 1.5 milhões de toneladas de resíduos orgânicos que viram combustíveis sustentáveis de aviação, produtos de alto valor agregado”, conta Markus Francke, diretor do Cluster Energia e Transformação Urbana e do projeto H2 Brasil, da GIZ Brasil.