BRASÍLIA — A produtora de biometano Geo bio gas&carbon e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável inauguraram na última semana o escritório de coordenação da parceria para o desenvolvimento da primeira planta no Brasil para produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir de biogás.
Geo e Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH atuarão juntas no estabelecimento dos requisitos básicos para a produção industrial de SAF a partir de biogás no Brasil.
Anunciada no início de agosto, quando o governo federal sancionou a lei do Combustível do Futuro, a parceria prevê investimentos da ordem de 7,8 milhões de euros, dos quais 1,5 milhões de euros serão recursos do Ministério da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha, que serão implementados pela GIZ no Programa develoPPP.
A Coopersucar também é parceira na planta piloto no interior de São Paulo, que conta com financiamento da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). A expectativa é começar a produzir SAF já a partir de 2025.
Objetivo é ganhar escala e replicar tecnologia
O empreendimento utiliza resíduos de biomassa como fonte de carbono biogênico e está sendo planejado para fornecer 270 mil litros/ano do combustível de baixo carbono quando alcançar escala comercial.
Um das metas da parceria é compartilhar a experiência da planta com outras empresas para a reprodução do projeto por outros investidores.
Está prevista também a disseminação de conhecimento por meio de capacitação de profissionais; e o apoio à certificação da cadeia produtiva, desde sua origem, e à regulamentação do biocombustível no Brasil.
“Durante os dois anos da fase inicial do projeto serão recicladas 300 mil toneladas de resíduos de biomassa. Durante o ciclo de vida de 10 anos da planta serão economizados 4,6 milhões de litros de água, gerados 15.000 megawatt horas (MWh) de energia renovável e recicladas 1.5 milhões de toneladas de resíduos orgânicos que viram combustíveis sustentáveis de aviação, produtos de alto valor agregado”, conta Markus Francke, diretor do Cluster Energia e Transformação Urbana e do projeto H2 Brasil, da GIZ Brasil.