Consulta pública

Fazenda abre consulta para regulamentação de subsídios ao hidrogênio; veja o que está em discussão 

Objetivo é definir os critérios de habilitação para empresas interessadas em acessar os incentivos do Rehidro e do PHBC

Fazenda abre consulta para regulamentação de subsídios ao hidrogênio; veja o que está em discussão 
Foto: Agência Brasil

RIO — A Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda (SRE/MF) abriu, nesta segunda (21/10), uma consulta para receber contribuições para regulamentação de subsídios previstos no marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, bem como na lei de incentivos para o hidrogênio, que juntos devem disponibilizar mais de R$ 20 bilhões entre 2028 e 2032. 

A pasta irá receber contribuições até o dia 22 de novembro. 

O objetivo é definir os critérios de habilitação para empresas interessadas em acessar os incentivos do Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro) –  lei 14.948/2024  – e do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC) – lei 14.990/2024.

No caso do Rehidro, a consulta pública pretende discutir aspectos cruciais da regulamentação, como o procedimento de habilitação e coabilitação de projetos, em que  empresas que atuam em diversas atividades da cadeia do hidrogênio, como geração de energia renovável e comercialização de hidrogênio de baixa emissão de carbono (H2BEC), devem se coabilitar no Rehidro.

Um dos pontos em debate é como tratar projetos híbridos, que compartilham infraestrutura com outras atividades: se apenas projetos 100% dedicados à cadeia do hidrogênio devem ser considerados, ou se há margem para projetos que envolvam múltiplos usos.

“Qual percentual mínimo de destinação da energia produzida para a produção de H2BEC deve ser exigido para fins de coabilitação do projeto?”, é uma das questões. 

A consulta também busca definir qual deve ser o percentual mínimo de bens e serviços utilizados na produção de hidrogênio de origem nacional, conforme previsto, mas não especificado na lei. A intenção é garantir o fortalecimento da indústria local sem comprometer a viabilidade econômica dos projetos.

Outro aspecto é o compromisso mínimo que as empresas devem assumir em relação a investimentos em PD&I, uma exigência para a habilitação no Rehidro. A consulta pretende definir o nível mínimo de investimento necessário para incentivar a inovação no setor.

Acesso aos créditos fiscais 

O PHBC tem como principal incentivo a concessão de créditos fiscais na comercialização do hidrogênio e seus derivados.

Esse subsídio é condicionado ao cumprimento de certos critérios e à participação em um procedimento concorrencial, que selecionará os beneficiários dos créditos. 

A legislação permite que o valor do crédito fiscal seja limitado a até 100% da diferença entre o preço do hidrogênio de baixa emissão e o de produtos substitutos. A consulta busca sugestões sobre como definir esse limite e a melhor metodologia para apurar os preços dos substitutos.

Um dos grandes desafios, e que a consulta também espera receber contribuições, é como elaborar um procedimento concorrencial que considere, simultaneamente, o menor valor por unidade de hidrogênio produzido e a menor intensidade de carbono do hidrogênio produzido.

Segundo a lei, serão elegíveis ao crédito fiscal projetos que contribuam para o desenvolvimento regional, mitigações climáticas, estímulo à inovação ou diversificação do parque industrial. 

A consulta também questiona se projetos que atendam a mais de um desses critérios devem receber prioridade no procedimento concorrencial e como garantir uma distribuição geográfica equilibrada dos projetos, evitando a concentração em regiões mais desenvolvidas.

Outro ponto é como garantir que os projetos beneficiados pelos créditos fiscais atendam aos padrões internacionais, especialmente em relação à certificação de hidrogênio.