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Autoridades voltam a questionar contrato de distribuição da Enel em São Paulo

Mais de 2,6 milhões de consumidores tiveram problemas no fornecimento de energia depois do temporal que atingiu a cidade na sexta-feira (11/10)

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, pediram caducidade da concessão da distribuidora Enel São Paulo após apagão que deixo mais de um milhão de pessoas sem energia elétrica.
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, pediram caducidade da concessão da distribuidora Enel São Paulo após apagão que deixo mais de um milhão de pessoas sem energia elétrica. | Divulgação/MME, Governo de SP, Prefeitura de São Pauloi

NESTA EDIÇÃO.

Autoridades voltam a pressionar por fim do contrato da Enel em São Paulo. 
 
Âmbar decide assinar contrato para assumir Amazonas Energia
 
Decisão sobre horário de verão sai esta semana. 
 
Fornecimento de energia na ponta da demanda segue desafiador, diz ONS.
 
Eólicas offshore podem suprir energia na ponta, indica Petrobras.
 
Vencedores das eleições municipais ignoram aproveitamento energético de resíduos
 
CEOs cobram metas de transição

O fim do contrato de concessão da Enel em São Paulo voltou à pauta do setor elétrico no fim de semana depois do temporal que atingiu a cidade na sexta-feira (11/10) e afetou o fornecimento de energia de mais de 2,6 milhões de consumidores

  • O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reclamou da demora da Aneel em seguir com o processo que poderia levar à caducidade do contrato após crise semelhante em 2023 e lembrou que a atual composição de diretores da agência foi indicada pelo governo de Jair Bolsonaro.
  • O governo do estado, Tarcísio Freitas, e o prefeito candidato à reeleição Ricardo Nunes também criticaram a continuidade da concessão da distribuidora.
  • Outro candidato à prefeitura, Guilherme Boulos, reforçou as críticas à agência reguladora.

 O MME estabeleceu uma sala de situação para acompanhar o caso e pediu à Aneel a apresentação de um plano de contingência até as 10h de segunda-feira (14/10).

 A Aneel confirmou que pode instaurar um processo para recomendar a caducidade da concessão caso a Enel não apresente “solução satisfatória e imediata” para o abastecimento.

 O Procon-SP também vai notificar a distribuidora sobre a demora para o restabelecimento da energia elétrica.

Na semana passada, Silveira havia participado de um fórum organizado pelo grupo Esfera, na Itália, que teve a participação do presidente global da Enel, Flavio Cattaneo. 

  • O ministro negou que tenha ocorrido qualquer discussão sobre a renovação do atual contrato da distribuidora, que termina em 2028.  

Os problemas ocorrem menos de um ano depois de um apagão que também deixou 2 milhões de residências sem luz em São Paulo e levou a um debate sobre a possibilidade de cancelamento do contrato de concessão da Enel.

No fim da tarde de domingo, a distribuidora informou que 760 mil clientes continuavam sem energia nos municípios de São Paulo, Cotia, São Bernardo do Campo e Taboão da Serra. 



Âmbar decide sobre Amazonas Energia. Em meio ao vaivém da transferência do controle da Amazonas Energia para a Âmbar, a empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista decidiu assinar na sexta-feira (11) o contrato para assumir o controle da distribuidora, ainda pendente na decisão liminar da Justiça Federal do Amazonas. 

  • A diretoria colegiada da Aneel negou a proposta da companhia, mas o diretor-geral Sandoval Feitosa aprovou o acordo por despacho, por força da liminar, em ação movida pela distribuidora amazonense, controlada até então pela Oliveira Energia. 

 
Decisão sobre horário de verão. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a decisão sobre a volta do horário de verão será tomada na terça-feira (15/10). Silveira disse que recebeu aval do presidente Lula para definir a questão. Ele afirmou que a janela temporal precisa ser aproveitada, com o início da mudança logo no começo de novembro, caso a opção seja pela mudança nos relógios. 
 
Fornecimento de energia na ponta é desafiador. O ONS considera que seguirá desafiador até dezembro o suprimento de energia no horário de ponta de carga, entre 18h e 20h. O órgão apontou que, com a estiagem dos últimos meses, a recuperação dos volumes dos reservatórios deve começar apenas em janeiro de 2025.
 
Mobilidade elétrica. A comercializadora de energia Electra Energy e a fabricante de carregadores Landis+Gyr anunciaram a assinatura de um memorando de entendimentos para a implantação de uma rede de carregadores de carros elétricos em diferentes cidades do Brasil. A perspectiva é que o sistema comece a ser ofertado a usuários de veículos elétricos de todas as marcas ainda em 2024.
 
Comercializadoras entram na geração distribuída. Uma das estratégias que ganhou impulso nas empresas que atuam no mercado livre de energia no Brasil é a entrada no segmento da geração distribuída. O objetivo é se aproximar dos clientes de menor porte, como os consumidores residenciais, já em preparação para a abertura total do mercado livre a partir da próxima década.
 
Tecnologias no mercado livre. O mercado livre de energia elétrica tem que oferecer soluções tecnológicas que permitam ao cliente ter poder sobre seu consumo, e não pode apenas replicar o modelo de venda “no atacado”, na visão do CEO da comercializadora Tyr Energia, Eduardo Miranda. Isso inclui abrir ao consumidor dados aos quais ele não tem acesso no ambiente cativo, o que facilita, por exemplo, a adoção de medidas de eficiência energética.
 
Migração acima do esperado. A taxa de adesão ao mercado livre de energia no ano de 2024 está sendo maior do que o esperado pela EDP, segundo o diretor comercial da companhia para a América do Sul, Diogo Baraban.
 
Atualização do modelo de preços. O Brasil vai precisar atualizar o modelo de preços de energia que é usado no mercado livre para dar as sinalizações corretas de oferta e demanda para os investidores, defende a vice-presidente da EDF Renewables Brasil, Raíssa Lafranque.
 
Eólicas offshore podem suprir ponta da demanda. As medições detalhadas dos ventos que a Petrobras tem feito em alto mar para a instalação de projetos de eólicas offshore demonstraram um pico de geração entre 16h e 18h. O horário coincide com o momento de maior demanda energética, o que torna o cenário mais positivo para esses projetos. 
 
Aproveitamento dos resíduos urbanos é ignorado pelas prefeituras. Nenhum dos 11 candidatos que venceram no primeiro turno das eleições municipais em capitais brasileiras mencionou a utilização dos resíduos urbanos para a produção energética, conforme os programas de governo apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral. O lixo produzido nas cidades poderia ser transformado em biogás, biometano e eletricidade, mas continua sendo descartado em aterros e lixões, sem aproveitamento energético.
 
Transporte de gás. Enquanto a ANP define sua nova agenda regulatória 2025/2026, os usuários dos gasodutos e as transportadoras se aproximam em torno de uma agenda bilateral que tenta se antecipar ao regulador e construir convergências sobre regulamentações pendentes. Leia na gas week
 
CEOs cobram metas climáticas. Mais de 100 CEOs e altos executivos de todo o mundo pedem, em carta divulgada na quinta (10/10), que governos adotem Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) mais ambiciosas e detalhadas. A iniciativa é organizada pela Aliança de Líderes Climáticos de CEOs, que reúne empresas com receitas combinadas de US$ 4 trilhões e mais de 12 milhões de empregados. Entre outras demandas, eles pedem o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis.
 
Otimismo e ceticismo no futuro do hidrogênio. O entusiasmo que envolveu o hidrogênio no início da década começa a encontrar uma resistência pragmática, principalmente entre os agentes da indústria de energia e óleo e gás. Os mais céticos dizem que o hidrogênio está mais para o campo da inovação do que para os negócios. Leia na coluna de Gabriel Chiappini.
 
Mulheres na transição. Estreante no fórum das maiores economias globais, o grupo de trabalho de Empoderamento das Mulheres do G20 coloca a justiça climática entre os três grandes consensos da declaração final. Leia na Diálogos da Transição