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Urnas definem prefeitos que vão gerir R$ 122,8 bilhões em royalties e participações especiais nos próximos quatro anos

Maioria das prefeituras que terão mais de R$ 1 bilhão por ano em recursos petrolíferos foi definida no primeiro turno

Royalties são uma compensação financeira à sociedade pela exploração de recursos não renováveis pertencentes ao país (foto: Currahee Shutter/Fotolia)
Royalties são uma compensação financeira à sociedade pela exploração de recursos não renováveis pertencentes ao país (foto: Currahee Shutter/Fotolia)

NESTA EDIÇÃO.

Os resultados das eleições nas cidades que vão gerir mais de R$ 1 bilhão em recursos petrolíferos e nas principais capitais.
 
Solar e eólica lideram expansão da matriz elétrica no Brasil.  
 
Importação de gás natural cresce em meio à estiagem.
 
A declaração conjunta do grupo de transição energética do G20.
 
Fundo internacional vai financiar hubs de hidrogênio

Eleitores em todo o país foram às urnas neste domingo (06/10) para definir as gestões das prefeituras pelos próximos quatro anos. 
 
De acordo com estimativas da Agência Nacional do Petróleo (ANP), os prefeitos de municípios beneficiados com royalties e participações especiais terão R$ 122,8 bilhões em receitas do setor de petróleo e gás para o próximo mandato.

  • A maior parte dos municípios que devem arrecadar mais de R$ 1 bilhão por ano com recursos petrolíferos definiu os dirigentes dos próximos quatro anos já no primeiro turno

Maricá confirmou a hegemonia do Partido dos Trabalhadores na cidade, que já dura 16 anos, e elegeu Washington Quaquá (PT). Hoje deputado federal, Quaquá volta ao cargo que ocupou entre 2009 e 2017 para seu terceiro mandato como prefeito. Ele vai administrar R$ 16,24 bilhões em recursos petrolíferos para administrar na nova gestão. 

Em Saquarema, a eleita foi a estreante Lucimar (PL), cujo cabo eleitoral é a atual prefeita, Manoela Peres (PL). Ela derrotou um velho conhecido da política do Rio, o ex-deputado estadual Paulo Melo (MDB), além de Romulo Gomes (Novo). A cidade deve receber R$ 12,85 bilhões nos próximos quatro anos, segundo a ANP. 

Já Campos dos Goytacazes reelegeu o atual prefeito, Wladimir Garotinho (PP), filho do ex-governador fluminense Anthony Garotinho. Mesmo com a redução da produção na Bacia de Campos, próxima à cidade no norte fluminense, o município ainda vai receber R$ 5,14 bilhões até 2028. 

Cidade que entra para o seleto grupo de municípios que recebem mais de R$ 1 bilhão em royalties e participações especiais a partir de 2025, Araruama elegeu Daniela de Livia (MDB), que derrotou Penha Bernardes (PL). Araruama é beneficiada por campos importantes em águas profundas e novos projetos entrando em operação. Com isso, a nova prefeita vai gerir R$ 4,18 bilhões em recursos petrolíferos. 

O município de Macaé elegeu Welberth Rezende (Cidadania), que derrotou Dr. Aluizio (PDT), Danilo Funke (PSB) e Felicio Laterça (PP). Rezende vai receber R$ 7,69 bilhões em recursos do setor de petróleo e gás ao longo do mandato. 

Único município do “clube do bilhão” ainda sem definição é Niterói. Rodrigo Neves (PDT) vai disputar o segundo turno em 27 de outubro contra Carlos Jordy (PL) para decidir a gestão de R$ 8,28 bilhões em recursos petrolíferos nos próximos quatro anos

Já nas capitais, as eleições foram marcadas por um alto número de reeleições: 

  • Eduardo Paes (PSD) foi reeleito na cidade do Rio de Janeiro (RJ) já primeiro turno, assim como Bruno Reis (União) em Salvador (BA) e Lorenzo Pazolini (Republicanos) em Vitória (ES). 
  • Haverá disputa no segundo turno em São Paulo (SP) entre o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol). Em Natal, a disputa no dia 27 será entre Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT). 
  • O ex-presidente da Petrobras e de Itaipu Binacional, Joaquim Silva e Luna (PL) foi eleito prefeito de Foz do Iguaçu (PR). 


Solares e eólicas lideram expansão. A matriz elétrica brasileira teve uma expansão de 7,8 gigawatts (GW) na capacidade instalada de janeiro a setembro, segundo a Aneel. Ao todo, 219 usinas entraram em operação no período, sendo 90% delas centrais eólicas e solares fotovoltaicas.
 
Importação de gás cresce. A importação de gás natural no país cresceu 111,5% no acumulado de janeiro a setembro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, informou a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Somente em setembro deste ano, o Brasil importou US$ 484,8 milhões em gás natural, valor 277,1% maior do que no mesmo mês do ano passado. 

  • O aumento da importação de gás tem relação com a estiagem, que levou a uma necessidade de maior acionamento das termelétricas para geração de energia.

Desafio no escoamento do biometano. De olho no mandato do biometano do Combustível do Futuro, agentes de diferentes modais se posicionam como solução logística para escoamento do gás renovável. Transportadoras e distribuidoras se aproximam da indústria para se posicionarem como alternativas aos caminhões. Leia na Gas Week

Transição energética no G20. O Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20 (ETWG), presidido pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou na sexta-feira (4/10), a uma declaração conjunta que inclui a necessidade de criação de padrões globais para medição de emissões, o reconhecimento das circunstâncias locais, e a neutralidade tecnológica para descarbonização. 

  • É a primeira declaração dos ministros de energia desde o encontro do G20 de 2021, em Nápoles, na Itália. Desde então, não foram encontrados consensos.

Acordo para a transição. Vinte e oito países além da União Europeia concordaram na quinta (3/10) com um Chamado à Ação para Soluções de Sistemas de Energia, delineando o que pode ser feito para progredir em direção aos objetivos globais de triplicar as energias renováveis e dobrar a eficiência energética até 2030. 

  • Em uma declaração, ministros de países como Austrália, China, Chile, Índia e África do Sul, além dos europeus que integram a iniciativa, se comprometem a acelerar transições energéticas limpas, sustentáveis, justas, acessíveis e inclusivas.

Hubs de hidrogênio. O fundo internacional Climate Investment Funds (CIF) vai disponibilizar cerca de R$ 6 bilhões em financiamento a baixo custo para hubs de hidrogênio de baixo carbono ao redor do mundo. O anúncio ocorreu na quinta (3/10), em reunião paralela do Ministerial de Energia Limpa e Missão Inovação, em Foz do Iguaçu (PR). A expectativa é que a parceria com o Reino Unido ajude a desenvolver projetos que hoje estão na fase de memorandos de entendimentos.