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Barril de petróleo recua no terceiro trimestre

Preços seguem em queda mesmo com acirramento do conflito no Oriente Médio

Barril de petróleo recua e segue em tendência de queda para o terceiro trimestre de 2024. Na imagem: Navio tanque Margara para exploração offshore de petróleo (Foto Guarda Costeira dos EUA)
Navio tanque Margara para exploração offshore de petróleo | Foto Guarda Costeira dos EUA)

NESTA EDIÇÃO. Preços do petróleo em tendência de queda apesar da intensificação do conflito no Oriente Médio.

Suriname, Namíbia e Bolívia buscam fornecedores para exploração e produção de óleo e gás no Brasil.

Lula sanciona lei que destina R$ 18,3 bilhões em créditos fiscais para hidrogênio.

Newave Energia vai construir a maior usina solar de Goiás.

As recomendações do B20 para acelerar a transição energética.

Preços. O barril de petróleo tipo Brent continua em tendência de queda. Na segunda-feira (30/9), os contratos para entrega em novembro encerraram o dia a US$ 71,77, nas negociações que marcaram o fim do terceiro trimestre de 2024

  •  O mês de setembro marcou a primeira vez em que o barril voltou a ser negociado abaixo dos US$ 70 desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, em fevereiro de 2022. 

Apesar da leve recuperação nos últimos dias do mês, as cotações ao fim de setembro registraram um recuo de 17,1% na comparação com o fechamento no segundo trimestre do ano, quando o Brent foi negociado a US$ 86,61.

Em relação ao fim do primeiro trimestre, quando o barril fechou em US$ 87,74, a queda foi de 18,2%

Os preços do petróleo têm mantido tendência de baixa mesmo com o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio. 

  •  As incertezas sobre o conflito na região aumentaram depois que Israel intensificou os bombardeios ao Líbano nos últimos dias e matou líderes do Hezbollah e do Hamas. 

 Ainda assim, a alta capacidade ociosa no mercado global de petróleo está colaborando para manter os preços em tendência de queda. 

  •  Há expectativa de aumento no suprimento global nos próximos meses, com o relaxamento das restrições à produção nos países da Opep e aliados (Opep+). 

Os sinais fracos para a demanda também contribuem para a pressão nos preços. Na semana passada, a China lançou um pacote de estímulo monetário e fiscal.

Segundo o Goldman Sachs, os estímulos chineses podem acelerar a transição energética para alternativas não fósseis, o que tem impactos no consumo de petróleo e, consequentemente, no preço do barril.



Suriname, Namíbia e Bolívia buscam fornecedores no Brasil. A Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (Abespetro) foi procurada por representantes da indústria de petróleo e gás do Suriname e da Namíbia e pela estatal YPF, da Argentina, em busca de colaboração na cadeia de suprimento do setor, segundo o presidente da associação, Telmo Ghiorzi. 

Desafios no projeto Raia. Obter as licenças de instalação e operação no momento necessário são alguns dos desafios para cumprir o cronograma do campo Raia (BM-C-33), na Bacia de Campos, de acordo com a diretora de operações da Repsol Sinopec no Brasil, Judith Pont. O mercado competitivo e a complexidade do projeto também são desafios para iniciar a produção no campo em 2028, conforme previsto. O campo é operado pela Equinor, em parceria com a Repsol Sinopec e a Petrobras.

Recuperação judicial da Copape. A juíza Andrea Galhardo Palma, da 2ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem do Tribunal de Justiça de São Paulo, rejeitou, na sexta-feira (27/09), o pedido de recuperação judicial da formuladora Copape e da distribuidora Aster. As empresas tiveram as autorizações revogadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em julho. Elas pertencem ao mesmo grupo econômico e são alvos de investigações por indícios de crimes fiscais, lavagem de dinheiro e fraudes operacionais.

Mais um passo para a operação da Termopernambuco. A ANP autorizou a Transportadora Associada de Gás (TAG) a operar o gasoduto de conexão do terminal de regaseificação da Eneva, em Sergipe, à malha integrada de transporte, o que permitirá antecipar a contratação termelétrica na crise hídrica. A Eneva ainda aguarda o aval da agência para o seu pedido de revisão de autorização para operação do terminal, para ajustes na infraestrutura interna do terminal.

R$ 18 bi para hidrogênio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou na segunda (30/9) a lei 14.990/2024, que destina R$ 18,3 bilhões em um programa de concessão de créditos fiscais para a produção e consumo de hidrogênio no Brasil. O Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC) é a última parte do marco legal criado pelo Congresso Nacional este ano.

Maior usina solar de Goiás. A Newave Energia, joint venture entre a Gerdau e a gestora de investimentos Newave Capital, vai iniciar a construção do maior parque solar do estado de Goiás, com capacidade instalada de 452 megawatt-pico (MWp). O projeto Barro Alto vai demandar R$ 1,3 bilhão em investimentos. A energia será fornecida para unidades de produção de aço da Gerdau, como parte do processo de descarbonização da companhia.

Regulação do mercado de carbono. Representantes dos setores de aço e cimento defenderam a importância da regulação do mercado de carbono no Brasil. O CEO do grupo Votorantim, Osvaldo Ayres, disse que a regulação é fundamental para que os incentivos levem a uma sociedade com menos emissões. Já o CEO da siderúrgica ArcelorMittal, Jorge Oliveira, lembrou que a empresa vem buscando mecanismos e combustíveis com menor intensidade de carbono.

Marina Silva propõe lastro para recursos ambientais. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), defendeu a urgência de uma revisão das regras do sistema financeiro global para incluir critérios que protejam o patrimônio natural e favoreçam o financiamento de projetos sustentáveis em países emergentes. A proposta, que Marina chamou de “Basileia 4”, sugere a criação de um novo acordo internacional voltado à preservação da natureza, com o mesmo rigor aplicado aos acordos financeiros anteriores voltados à mitigação de crises econômicas.

Recomendações do B20 para acelerar transição. Elaborar regimes de incentivos para triplicar a capacidade renovável até 2030, estabelecer mecanismos para explorar o potencial sustentável e a prontidão de bioenergia e viabilizar a expansão de soluções como captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS), hidrogênio limpo e energia nuclear são algumas das propostas de ação política apresentadas pelo B20, braço empresarial do G20. O grupo está sob coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Leia na Diálogos da Transição