Energia Elétrica

Em evento da Enel, Silveira defende respeito aos contratos

Ministro relembrou o apagão que atingiu a capital paulista no ano passado, e defendeu a manutenção do contrato com a distribuidora

Alexandre Silveira participa do 4º Leilão de Petróleo da PPSA, em 31 de julho de 2024 (Foto: Ricardo Botelho/MME)
Ministro relembrou o apagão que atingiu São Paulo no ano passado (Foto: Ricardo Botelho/MME)

BRASÍLIA – Durante evento da Enel realizado em São Paulo nesta quinta-feira (12/9), o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD), relembrou o apagão que atingiu a cidade em novembro do ano passado, e defendeu a manutenção do contrato com a distribuidora.

“É natural que naquele momento de efervescência social que viveu a Enel no ano passado, o que não faltou foram parlamentares, membros da sociedade civil organizada [dizendo] ‘ah, vamos romper o contrato com a Enel‘. E a minha colocação sempre foi clara: não existe esse negócio de romper o contrato com o Brasil”, disse Silveira.

A Prefeitura de São Paulo foi uma das que solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o cancelamento do contrato de concessão da distribuidora.

Na época, o problema teve início com as tempestades que deixaram 4,2 milhões de residências sem luz no estado, em sete áreas de concessão.

Mesmo depois do restabelecimento do suprimento, a capital do estado voltou a apresentar quedas de luz ao longo do mês de novembro. Dessa vez, em meio a uma onda de calor, que elevou o consumo de energia em todo o país.

No evento desta quinta-feira, a distribuidora assinou um protocolo de intenções com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que prevê a troca de expertise e o desenvolvimento de modelo de trabalhos.

“Situações como a vivida em São Paulo no último período chuvoso, no Rio de Janeiro e em outras localidades, tornaram ainda mais evidente que os contratos de concessões distribuidoras estavam inadequados e precisavam ser modernizados”, disse o ministro.

“É necessário reconhecer que a baixa qualidade dos serviços de distribuição até aquele momento revoltou, com razão, parte significativa da população brasileira”, completou, em referência ao decreto editado em junho deste ano, com as diretrizes para a prorrogação dos contratos de concessão das distribuidoras.

Nuclear

Alexandre Silveira aproveitou a oportunidade para defender investimentos na matriz nuclear. “O Brasil detém a cadeia nuclear. Nós temos a sexta maior reserva de urânio já conhecida. Nós temos tecnologia para fins pacíficos, para poder fazer o enriquecimento e fabricar as nossas pastilhas para a Angra 1 e Angra 2”, afirmou.

Ele lamentou a discriminação que a matriz sofre “advinda de um índice estatístico completamente equivocado”. E reforçou que a energia nuclear “será fundamental para que a gente fortaleça a segurança energética planetária, possa produzir mais hidrogênio verde, possa descarbonizar o planeta”.