Consumo de combustíveis caiu 5% em março, no primeiro balanço após agravamento da crise

Formuladora teve a autorização revogada cautelarmente em julho pela ANP. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Formuladora teve a autorização revogada cautelarmente em julho pela ANP. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Felipe Maciel, Guilherme Serodio e Larissa Fafá
Editada por Gustavo Gaudarde
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O consumo de combustíveis em março caiu 5,3% em março, na comparação anual, de acordo com dados da ANP (defasagem de dois meses) Foram vendidos 10,645 bilhões de litros no mês – o pior março desde 2011. Valor

— Gasolina: queda de 13,3%, para 2,697 bilhões de litros, menor volume desde março de 2010; o etanol hidratado recuou 15,7%, para 1,478 bilhão de litros.

— Diesel: alta de 3,4% em março, para 4,71 bilhões de litros – reflete, principalmente, movimentação da produção recorde da agricultura. Vendas de GLP, com a alta súbita na demanda nas primeiras semanas de medidas restritivas de circulação, subiram 11,8% em março, para 1,177 bilhão de litros.

— QAV tem o pior mês desde março de 2007. Queda de 28,9% para 426 milhões de litros.

— Relatório do UBS publicado na quarta (6) indica que abril o mercado encolheu ainda mais. Citando dados de consultoria, o banco aponta que a demanda por derivados do país pode ter recuado na casa de 30% no mercado varejista com a crise.

Petrobras eleva em 12% os preços da gasolina A nas refinarias, nesta quinta (7), em meio ao rali de preços do petróleo iniciado há uma semana. “Não temos nenhuma dificuldade em subir preço, não há nenhuma proibição”, afirmou o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, na terça (5). Valor

— Contratos futuros do Brent abriram novamente em alta, com alta de mais de 6,6%, próximos de US$ 32 por barril. Nos EUA, o WTI avançava 10%, na casa de US$ 26. Resposta a aumento dos preços do óleo saudita, tido como novo sinal de arrefecimento da disputa comercial iniciada em março.

— A alta na gasolina encerra interrompe um ciclo de cortes da Petrobras, que reduziu os preços este ano em quase 50%. Cortes que não chegaram ao consumidor final – até o fim de março, a gasolina comum caiu em média 13% segundo levantamento de preços na ANP.

— Afeta também o mercado de etanol, que tenta junto ao governo um pacote de ajuda ao setor, que envolve o aumento de impostos sobre a gasolina. Até o momento, nenhuma decisão final foi tomada. A medida, impopular, caberá a Bolsonaro.

— Alternativas consideradas pelo governo são elevação da Cide sobre a gasolina (primeiro acordo chegou a um aumento de R$ 0,20, para R$ 0,30 por litro); isenção temporária de PIS/Cofins para o etanol e taxa de importação de 15% sobre a gasolina, que perdeu força no Ministério da Economia.

Ministério Público do Trabalho (MPT) investiga práticas da Petrobras em resposta à covid-19 em operações offshore.

— “Temos algumas investigações em andamento em relação às empresas afretadas para que elas apliquem os mesmos procedimentos adotados pela estatal. Se a gente não conseguir, numa eventual ação judicial, a Petrobras também tem de ser responsabilizada, porque ela é a concessionária”, afirmou a coordenadora nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário do MPT, Flávia Baule, ao Estadão.

— A Petrobras tinha 1.642 casos suspeitos e 806 confirmados em 4 de maio, boletim mais recente do Ministério de Minas e Energia (MME). Números incluem operações offshore e em terra.

— A companhia já testou mais de 6,3 mil funcionários – entre próprios e terceirizados, têm 152 mil trabalhadores em suas operações. Está aplicando testes rápidos antes de embarques e testes convencionais em casos sintomáticos.

O Cade aprovou a saída da Equinor dos blocos exploratórios ES-M-673 e ES-M-598, em águas profundas do Espírito Santo, onde a empresa detinha 40% de participação. A Petrobras passa a operar as áreas com 80% de participação e tem como sócia a Enauta (20%).

— O Cade já havia aprovado a saída da Total e da Equinor dos blocos exploratórios ES-M-671 e ES-M-743, em águas profundas da Bacia do Espírito.

— A Petrobras têm projetos de exploração antigos na região – polos conhecidos como parques dos Doces e dos Cachorros –, além de áreas contratadas em leilões recentes.

Impacto da Conta-COVID nas tarifas de energia será entre 2% e 3% nos cálculos da Eletrobras. A medida é o pacote de empréstimos bilionários para socorrer distribuidoras de energia que serão futuramente pagos por meio de aumento das tarifas de energia. Valor

— Previsão em linha com a de outros geradores de energia. Os consumidores, contudo, temem que a extensão dos dados no setor elétrico, causado pela redução abrupta na demanda e alta da inadimplência, poderá representar uma alta de até 20% se não forem feitas renegociações que envolvam todos os elos da cadeia.

— Governo pretende concluir a regulamentação da Conta-COVID em maio. Decreto é elaborado no Ministério de Minas e Energia e está previsto na MP 950, cuja tramitação não começou no Congresso Nacional – esta semana, o ministro Bento Albuquerque afirmou que Léo Moraes (Podemos/RO) será o relator.

Empresas de energia estão intensificando doações às ONGs e instituições governamentais que atuam para amenizar os efeitos da covid-19.

— Enauta fez uma doação de R$ 110 mil ao Movimento União Rio que está atuando na ativação de leitos de UTI e compra de EPIs para profissionais de saúde, inclusive de hospitais de campanha montados na cidade.

— A ExxonMobil está apoiando com R$ 510 mil a campanha SOS Favelas, da ONG Viva Rio. Campanha destina 100% das doações para compra de cestas básicas para famílias afetadas.

— Petrobras anunciou a doação de 3 milhões de litros de combustível para abastecer ambulâncias, veículos de transporte de médicos e hospitais públicos e filantrópicos. Ao todo, a companhia destinou R$ 30 milhões para doações – kits de testes de diagnósticos, máscaras, materiais de higiene e segurança, além dos combustíveis.

— A petroleira também firmou uma parceria com o Senai para desenvolvimento de uma nova metodologia de testes, batizada de “pooling multiplex”. Espera aumentar em 10 vezes a capacidade de análises e reduzir em até 85% os custos. Os testes RT-PCR custam, em média R$ 90. Com a nova abordagem, o valor poderá chegar até R$ 13.

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