A Total anunciou nesta quarta (22) que vai instalar e operar até 20 mil pontos de abastecimento de veículos elétricos na região das províncias de North-Holland, Flevoland e Utrecht, na região metropolitana de Amsterdam, na Holanda. A empresa já é principal operadora de eletropostos do país, com mais de 4500 unidades.
O contrato de concessão com a Metropolitan Region Amsterdam Electric’ (MRA-Electric) prevê que toda a energia utilizada para abastecer os veículos elétricos precisa ser gerada a partir de fontes renováveis (solar ou eólica) e produzida na Holanda.
Apesar do uso generalizado de bicicletas na Holanda, o nível de poluição do ar fica acima do permitido pelas normas europeias em muitas áreas do país, principalmente devido ao tráfego pesado em Amsterdã e na cidade portuária de Roterdã. Carros e motos movidos a gasolina e diesel serão proibidos em Amsterdã a partir de 2030. Segundo as autoridades locais, trata-se de um esforço para despoluir o ar da cidade.
Todo esse esforço de eletrificação terá impacto e a demanda global por energia elétrica deverá crescer 62% nos próximos 30 anos até 2050, acrescentando 1,5% de aumento no consumo mundial ao ano. De acordo com estudo da Bloomberg Energy Finance, os veículos elétricos devem ser os grandes responsáveis pelo crescimento do consumo de energia nas economias integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Os carros irão adicionar cerca de 3.950 TWh à demanda global no período.
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Em 2050 carros elétricos devem representar 9% da necessidade mundial de eletricidade. E em países, como o Reino Unido, os veículos elétricos podem representar até 24% da demanda total.
Por aqui, a Comissão de Meio Ambiente do Senado iniciou ano passado as discussões sobre um projeto de lei que pode criar um marco legal para incentivar a fabricação e venda de veículos híbridos e elétricos (VEs) no Brasil.
Na Câmara dos Deputados, um projeto propõe a proibição da venda e circulação de veículos movidos a combustíveis fósseis no Brasil a partir de 2040. O texto ainda propõe tratamento tributário diferenciado aos fabricantes de veículos movidos exclusivamente à energia elétrica e/ou renovável produzidos no Brasil.
Na proposta, as fabricantes com tecnologias mais sustentáveis terão isenção de IPI por 30 anos a partir da promulgação da lei, dedução de CSLL e imposto de renda, IOF e PIS e Cofins. E contarão com alíquota zerada de importação para carros elétricos e movidos a células de combustível até 1º de janeiro de 2040.
Ontem, o BR Politico, do Estadão, publicou entrevista com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que está defendendo a substituição da frota de ônibus das grandes cidades por veículos a gás natural. Em um segundo movimento, os ônibus a gás seriam substituídos por elétricos. Tudo isso seria feito com subsídio do governo, que será analisado até abril.
O ministro diz que o projeto faz parte de uma estratégia do governo Bolsonaro para trabalhar no combate às mudanças climáticas e que todo o projeto está sendo discutido com a Anfavea, que representa os fabricantes de carros, caminhões e ônibus no país.
Algumas iniciativas isoladas também podem ser notadas no país, mas não existe de fato um programa nacional de substituição da frota.Em dezembro do ano passado, a Prefeitura de Cascavel, no Paraná, lançou um programa de mobilidade urbana focado no incentivo ao uso de veículos elétricos. A proposta prevê a instalação na cidade de eletropostos, pontos de recarga de veículos elétricos, com gratuidade na utilização por 24 meses como forma de incentivar a compra de carros elétricos.
A prefeitura também adquiriu dois veículos elétricos para serem utilizados pela guarda patrimonial da cidade. Os carros, com autonomia de 80 km, vão substituir os dois carros da frota que mais consomem combustíveis fósseis.
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