A Petrobras atingiu a marca de 100 campos de produção à venda com a liberação do teaser dos projetos de Lagoa Parda, Lagoa Parda Norte e Lagoa Piabinha, todos em terra na Bacia do Espírito Santo. Com o anúncio feito na noite de ontem, a estatal tem 34 campos offshore e 66 campos onshore à venda em seu programa de desinvestimentos e parcerias. Os números não levam em consideração os blocos exploratórios.
O planejamento da empresa prevê US$ 21 bilhões em desinvestimentos até dezembro, meta que não deve ser atingida pela empresa. Atualmente, a estatal tem 35 projetos – agrupados em polos ou sozinhos – que são vendidos, sobretudo, na área de exploração e produção.
22 projetos estão em fase vinculante, quando a Petrobras envia aos interessados cartas-convite com instruções detalhadas sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para a realização de due diligence e para o envio das propostas vinculantes.
A venda dos controle de quatro refinarias – agrupadas em dois polos no Sul e no Nordeste – além da venda da TAG em negociação com a Engie e da Araucária Nitrogenados para a Acron está paralisada por conta da decisão cautelar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela qual a venda de ações de empresas públicas depende de autorização legislativa.
O que já foi vendido?
Até o momento, desde que retomou seu programa de desinvestimentos com a metodologia aprovada pelo Tribunal de Contas da União, em março do ano passado, a Petrobras já vendeu o campo de Azulão, comprado pela Eneva por US$ 54,5 milhões, e os ativos de distribuição de derivados no Paraguai para a Copetrol, negócio que gerou R$ 1,45 bilhão.
E qual o risco?
Como em qualquer empresa, as decisões da Petrobras sofrem influência do seu Conselho de Administração. No caso de uma empresa com controle do estado, esse conselho muda com a mudança de governo, o que deve acontecer no começo do próximo.
Não fechar projetos de desinvestimentos até o fim do ano pode representar risco – dependendo do resultado das eleições – de os projetos serem descontinuados. E isso não seria uma novidade na administração na empresa.
E o que dizem os candidatos?
O candidato Jair Bolsonaro (PSL) afirma, em seu programa de governo, que a Petrobras deve vender parcela substancial de sua capacidade de refino, varejo, transporte e outras atividades onde tenha poder de mercado. Bolsonaro recebeu 46,03% dos votos no primeiro turno das eleições.
Fernando Haddad (PT) diz que será interrompida a alienação em curso de ativos estratégicos da empresa, ao tempo em que a política de conteúdo local será retomada e aprimorada. O candidato, que teve 29,28% dos votos no primeiro turno, não deixa claro – contudo – quais são os ativos estratégicos da empresa.
Por aqui, mostramos os projetos para energia que disputam o segundo turno.