O plano de revitalização do campo de Marlim e de Voador, projeto da Petrobras que envolve a retirada de nove FPSOs e instalação de duas novas unidades, deve começar em 2019. Mas os prazos são curtos para manter a programação de entrada dos novos FPSOs em 2021, como previsto no plano de negócios da companhia.
A abertura das propostas para os novos FPSOs 1 e 2 da revitalização está prevista para 10 de outubro. São unidades com capacidade de processamento diário de 70 mil e 80 mil, muito inferior a outras unidades que a Petrobras contrata para o pré-sal, mas com uma grande demanda por injeção de água que aumenta o porte – e a complexidade – dos projetos.
A Petrobras estima que conseguirá alcançar um pico de 100 mil barris/dia de petróleo, com injeção de 440 mil barris/dia de água, além da produção de 2,35 milhões de m³/dia de gás natural.
Em vias de regra, a Petrobras trabalha com prazo de 3 anos a 3,5 anos entre a contratação e a entrada em operação de novos FPSOs, o que pressiona o cronograma de instalação das duas unidades em 2021. Lançada no primeiro trimestre deste ano, a concorrência vem sendo adiada.
A Petrobras também está contratando uma consultoria para gerenciar a execução do plano de desativação dos noves FPSOs do campo de Marlim.
A abertura das propostas para o gerenciamento integrado do projeto de revitalização de Marlim e Voador está marcada para a próxima terça-feira (25/9). O cronograma prevê que os trabalhos comecem em dezembro deste ano, com duração até 2023.
O descomissionamento dos nove FPSOs de Marlim iria começar em 2016 e já havia sido postergado para este ano. Precisam ser desativadas as plataformas P-18, P-19, P-20, P-26, P-32, P-33, P-35, P-37 e P-47.
Além dos serviços de descomissionamento, que envolvem a desconexão e tratamento das unidades, haverá uma demanda intensiva por serviços de poços: 80 serão remanejados das plataformas atuais e outros dez novos poços serão perfurados. O projeto também movimentará o mercado de linhas e equipamentos submarinos.
Os números estão presentes no edital de contratação dos serviços de gestão do projeto.
O futuro de Marlim
A projeção de atingir 100 mil barris/dia no pico do projeto de revitalização, contudo, implicará numa redução frente ao patamar atual de Marlim e Voador, que produziram 133 mil barris/dia e 2 mil barris/dia, respectivamente, até o fim de julho deste ano.
Em compensação, a revitalização permitirá redimensionar o sistema de produção para a capacidade atual dos reservatórios, estendendo a vida útil dos ativos e aumentando a recuperação total de petróleo e gás natural. Consequentemente, aumenta também a arrecadação de royalties e tributos no longo prazo.
Em 2016, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Petrobras assinaram a prorrogação dos contratos de Marlim e Voador até 2052.
Com uma capacidade combinada de 835 mil barris/dia de processamento de petróleo e compressão de 16,9 milhões de m³/dia de gás natural, os campos de Marlim e Voador passarão a produzir com um sistema mais enxuto, de 150 mil m³/dia e 11 milhões de m³/dia, distribuídos em dois FPSOs.