A produção brasileira de petróleo caiu em julho, para 2,572 milhões de barris/dia de petróleo, uma variação de -0,68% na comparação com junho, quando o país produziu 2,589 milhões de barris/dia.
A Bacia de Santos chegou perto de bater um novo recorde em julho, com 1.298.413 barris/dia de petróleo, perto da marca atingida em maio, de 1.298.926 barris/dia. Mais uma vez, contudo, os bons resultados de Santos não foram suficientes para compensar perdas em outras bacias, em especial na de Campos.
São valores compilados pela epbr, a partir de dados brutos disponíveis na Agência Nacional de Petróleo (ANP), que deve divulgar o boletim mensal da produção a partir desta segunda-feira (3/9).
As bacias
Na comparação com junho, Santos produziu 2,35% mais petróleo, subindo para 1,289 milhão de barris/dia), enquanto na Bacia de Campos a produção caiu 3,75%, para 1,128 milhão de barris/dia, representando uma perda de 44 mil barris/dia. O somatório das outras bacias caiu 2,42%, para 145 mil barris/dia, com um impacto muito menor no resultado total, de menos 3,6 mil barris/dia.
A crescimento em Santos reflete, principalmente, o retorno da produção de poços no campo de Lula, que entregou 879 mil barris/dia em julho, alta de 5,2%.
Mero
O campo de Mero, ainda em fase de testes, produziu 38 mil barris/dia, queda de 5,2%. Delimitado no bloco de Libra, Mero produz muito para um sistema de apenas um poço, que está conectado ao FPSO Pioneiro de Libra, unidade da Teekay e Odebrecht (OOG).
É um sistema antecipado de produção (SPA), que conta com a inovação de ter um poço de produção e outro de injeção de gás, o que permite aumentar a produção de óleo sem queimar o gás associado – limitador dos sistemas de teste convencionais. Lula e Mero são operados pela Petrobras.
Queiroz Galvão
O campo de Atlanta produziu 13 mil barris/dia, alta de 5,3%. É o primeiro projeto operado pela Queiroz Galvão (QGEP) e está no terceiro mês de operação, produzindo com o FPSO Petrojarl 1, da Teekay.
Gás natural
Considerando apenas a disponibilidade de gás, o resultado de julho foi de 63 milhões de m³/dia, queda mensal de 0,63%. Nesse caso, a produção em Campos subiu no período, para 12,6 milhões de m³/dia, alta de 2,62%. E caiu em Santos, para 25,8 milhões de m³/dia, queda de 11%.
Em julho, a Petrobras começou a reduzir a produção de gás em Mexilhão, em Santos, para a manutenção periódica da plataforma, indicando que a partir de agosto essa queda deve ser ainda mais acentuada. Além de produzir, Mexilhão funciona como um hub de gás na Bacia. A disponibilidade de gás do ativo caiu de 5,5 milhões m³/dia para 4 milhões de m³/dia.
Paralelamente subiu de 15,3 milhões de m³/dia para 17,8 milhões de m³/dia a injeção de gás para recuperação secundária de óleo em Lula – parte do gás do campo é escoado por Mexilhão. Assim, a disponibilidade de Lula caiu de 17,1 milhões de m³/dia para 15,3 milhões de m³/dia.
No total, a disponibilidade de gás de Santos caiu de 29 milhões de m³/dia em junho, para 25,8 milhões de m³/dia em julho.
Ao contrário do que ocorre com petróleo, a produção não está concentrada em Campos e Santos. Outras bacias registraram uma disponibilidade de 24,6 milhões de m³/dia, alta mensal de 11% em julho. Mas praticamente metade dessa produção está em sistema isolados.
6 milhões e m³/dia oram entregues na Bacia de Solimões, um sistema formado pelos campos de Urucu, operados pela Petrobras e interligados somente ao gasoduto Coari-Manaus.
Outros 7,8 milhões de m³/dia são da Eneva, que produz gás e gera energia na Bacia do Parnaíba, no Maranhão. A Eneva depende da demanda para as usinas termoelétricas e a produção de gás tende a grandes variações – em julho, cresceu 30%.
Consideramos a disponibilidade porque é a vazão de gás natural aproveitada, depois de descontados o consumo nas plataformas, a queima e a injeção nos próprios reservatórios, seja para aumentar a recuperação de óleo ou armazenar o gás, em caso de capacidade limitada de escoamento, por exemplo.