A plataforma P-55 produz na Bacia de Campos. Foto: Cortesia PAC
A produção brasileira de petróleo caiu 0,67% em junho, na comparação com o mês anterior, totalizando 2,589 milhões de barris/dia. A média do primeiro semestre de 2018 foi de 2,597 milhões de barris/dia, queda de 1,2% na comparação com o mesmo período de 2017, de acordo com dados públicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Mas nunca se produziu tanto petróleo no Brasil
O atual platô de produção brasileiro está prestes a completar dois anos. Com o pré-sal, saímos do patamar de 2 milhões de barris/dia alcançado no início da década, e que perdurou até 2014, para 2,4 milhões de barris/dia em 2015 e início de 2016.
Com a entrada de novas plataformas em Santos, o país deu um novo salto, até atingir um recorde de 2,729 milhões de barris/dia em dezembro de 2016. De lá para cá, tem mantido uma curva de produção consistente, no patamar de 2,6 milhões de barris/dia ou mais – a média nos 19 meses depois do recorde é de 2,619 milhões de barris/dia.
Não há mistério: em geral, o pré-sal da Bacia de Santos é suficiente para compensar as perdas em Campos, enquanto as outras bacias não registram grandes variações.
E falando em perda…
Vamos ficar devendo aos nossos leitores o período exato em que a Bacia de Campos produziu tão pouco – temos dados da ANP compilados a partir de janeiro de 2006. Mesmo com o crescimento pontual em junho, de 1,2%, para 1,172 milhão de barris/dia, Campos entrou em uma trajetória decrescente após o fim de 2014, quando atingiu o recorde de 1,8 milhão de barris/dia, em dezembro daquele ano. A produção cai a uma taxa de -1,02% por mês.
Gás natural
A disponibilidade de gás nacional foi de 60,8 milhões de m³/dia no primeiro semestre de 2018, queda de 1,94% na comparação com o mesmo período de 2017. Quase 29% de todo gás entregue é produzido no campo de Lula, que também é campeão de injeção: até junho deste ano, em média, 15,4 milhões de m³/dia foram injetados para recuperação secundária de óleo.
Gás disponível é a produção descontada de outros usos e perdas, como injeção, consumo nas plataformas (geração de energia, por exemplo) e queima.
Campo de Polvo
A PetroRio, uma das poucas operadoras de campos offshore no Brasil, iniciou a produção em um novo poço no campo de Polvo, o segundo do projeto de revitalização do ativo que prevê uma terceira perfuração.
Com esses investimentos, a PetroRio estima a reclassificação de 3 milhões de barris de reserva não desenvolvida para desenvolvida e, assim, estender a vida útil do campo. Até junho, dados disponíveis na ANP, a produção quase dobrou em relação a janeiro deste ano – subiu de 5,1 mil barris/dia para 9,2 mil barris/dia. Perfuração contratada com a Baker Hughes.