Ponto final é a coluna da E&P Brasil publicada de segunda-feira a sexta-feira que resume os principais acontecimentos da política energética
Publicamos hoje quatro matérias, trabalhos dos nossos editores Felipe Maciel e Guilherme Serodio, mostrando como os partidos de Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) votam temas de interesse para os setores de energia – e o que isso significa na formação de alianças.
— Ciro Gomes tem um discurso claro em relação à venda de ativos de empresas com participação estatal: é contra privatização de distribuidoras e da Eletrobras, participação privada na partilha do pré-sal e, esta semana, promove à oposição ao negócio da Embraer com a Boeing. Seu PDT vai junto, vota com a oposição.
Mas e o DEM? Ciro diz querer governar com o Congresso e para isso precisa do DEM de Rodrigo Maia, presidente da Câmara que conduziu as votações que passaram esses e outros projetos. Maia não dá sinais de que abrirá mão do cargo na próxima legislatura: http://bit.ly/2Lueepn
— Na campanha de Alckmin, a novidade, por assim dizer, é Roberto Jefferson. Nos temas de energia, PTB e PSDB formam a base que tem sido necessária nas votações. Os partidos renovaram a aliança para este ano: “O próximo presidente do Brasil encontrará uma bomba-relógio, e a monstruosidade da crise exige um gestor experiente”, palavras do próprio Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e base do governo Temer.
Os partidos estão juntos na reforma desde 2016, quando, na maioria dos casos, foram à favor do fim da operação única na partilha, substituída por meio de um projeto de José Serra (PSDB/SP), no Senado, pelo direito de preferência da Petrobras: http://bit.ly/2LtxdAB
— Jair Bolsonaro fala por sí, é deputado federal, junto com seu filho, Eduardo Bolsonaro, atualmente no PSL e, portanto, vota ele mesmo nos projetos de interesse do governo. E como vota? Hoje, à favor das reformas. Abraçou o que, nesta eleição, o aproxima do que é dito como “liberal” e “pró-mercado”.
No passado (não distante), sua base era outra. Capital reformado, foi contra e a favor do Repetro e do monopólio da Petrobras: http://bit.ly/2mtCA7X
Marina não busca alianças com o mesmo afinco que outros pré-candidatos. Seu partido, a Rede, é minoria no Congresso, mas bate de frente com as pautas do governo, permanecendo em muitos casos em obstrução até o fim das votações. É a oposição na Câmara, em geral, ao lado de PT, PSB, PDT, PCdoB e Psol: http://bit.ly/2JEtluC
Eletrobras
O presidente do TRF-2 suspendeu a liminar e o BNDES confirmou o plano anunciado ontem pelo ministro do Planejamento, Esteves Colnago: no dia 26 de julho, para quando o leilão estava marcado, será ofertada apenas a Cepisa, distribuidora do Piauí. Em agosto, dia 30, serão ofertadas as outras cinco empresas.
Mas tem que combinar com o Senado
Eunício Oliveira (MDB/CE) terá um papel importante na votação dos projetos da cessão onerosa (PLC 78/2018), que permitirá a Petrobras vender até 70% da área localizada no pré-sal da Bacia de Santos, e da venda das distribuidoras da Eletrobras (PLC 77/2018).
O tempo é curto – Câmara e Senado farão sessões durante o período eleitoral em agosto e setembro – e a pauta é longa, como mostramos no balanço da situação do pacote de MP do caminhoneiros. Saiu na coluna de ontem.
O governo já se moveu, sob a liderança de Romero Jucá (MDB/RR), que articulou o pedido de urgência para os dois projetos.
E a oposição reage. Lindbergh Faria (PT/RJ): “não cabe ao Senado Federal apenas confirmar, sem realizar amplo debate, as decisões da Câmara dos Deputados”. Indicativo de qual será a estratégia: http://bit.ly/2JzxDU6
Mercado de perfuração
Publicamos hoje mais um material do nosso Monitor da Perfuração, um projeto especial oferecido aos leitores da E&P Brasil pela Eneva. O balanço da atividade no primeiro semestre deste ano: http://bit.ly/2Lxtkux