Energia

Zema tenta atrair indústria de baterias de lítio para Minas Gerais

“Queremos que o lítio venha ser industrializado em Minas. [...] Que o produto saia do estado já em um grau avançado de beneficiamento”

Zema tenta atrair indústria de baterias de lítio em Minas Gerais. Na imagem: O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, durante o UK & Brazil Partners in Energy, evento promovido pelo Reino Unido no Rio de Janeiro em 2023 (Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, durante o UK & Brazil Partners in Energy, evento promovido pelo Reino Unido no Rio de Janeiro em 2023 (Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou nesta segunda (19/6) seus planos de que o lítio explorado no estado seja industrializado localmente para fabricação de baterias.

“Queremos que o lítio venha ser industrializado em Minas. Algo semelhante com o que a siderurgia representa em relação ao minério de ferro. Que o produto saia do estado já em um grau avançado de beneficiamento”, disse o governador, durante o UK & Brazil: Partners in Energy, evento promovido pelo Reino Unido no Rio de Janeiro.

Em maio, o governo de Minas em conjunto com o Ministério de Minas e Energia (MME) lançou mundialmente o projeto Lithium Valley Brazil, na bolsa de valores de Nova York, Nasdaq.

A iniciativa tenta atrair investimentos internacionais para exploração do lítio no norte mineiro, que concentra a maior reserva desse mineral no Brasil.

O lítio é considerado essencial para a transição energética, uma vez que é matéria-prima de baterias para veículos elétricos e para a cadeia de geração de energias renováveis. O mineral deve ver sua demanda crescer 40 vezes nas próximas duas décadas.

“O estado tem tudo para se transformar nesse produtor de fontes renováveis de energia, principalmente, com relação às baterias (…) Já conversamos com diversas indústrias para que não sejamos apenas fornecedores da matéria-prima bruta”, afirmou o governador.

Zema citou o caso da companhia CBMM, que explora nióbio no estado, e recentemente desenvolveu uma bateria de nióbio e lítio, que proporciona uma recarga mais rápida e tem uma vida útil mais longa do que bateria apenas de lítio.

Crescimento das renováveis

O governador mineiro também destacou que a transição energética é uma oportunidade para o crescimento de diversas fontes renováveis no estado.

“Minas Gerais tem se destacado na geração de energia fotovoltaica, somos hoje disparado o principal gerador deste tipo de energia limpa (…) Superamos recentemente a marca de 5 GW de energia fotolvotaica”, pontuou.

Zema lembrou que o estado ainda tem potencial de crescimento de geração hidrelétrica. “Há vários locais que podemos instalar pequenas centrais hidrelétricas”.

Além disso, o governador disse acreditar que a produção de etanol no estado deve aumentar.

“O crescimento da produção de etanol em Minas Gerais tem sido substancial. Somos hoje o terceiro maior produtor no Brasil, já muito próximo do segundo, com tendência a sermos o segundo maior produtor de etanol, atrás do estado de São Paulo”, disse Zema.

O governador citou ainda as oportunidades para geração de energia a partir de aterro sanitário.

“Enxergamos um grande potencial, já temos investidores interessados em usar esse resíduo sólido para a produção de energia”.

No antessala epbr: A corrida pelo lítio: o mineral da transição energética. Assista e compartilhe!

Compromissos ambientais

Zema pontuou que Minas Gerais foi o primeiro estado brasileiro a assinar o Race To Zero, compromisso global de descarbonização, que tem o objetivo de zerar as emissões de gases do efeito estufa até 2050.

Segundo ele, é possível que haja sanções a países que não cumprirem metas de redução das emissões de carbono. Ele citou o exemplo da produção de café no estado, que terá que ser monitorada.

“Países que não tratarem adequadamente a questão da preservação ambiental, que não anularem suas emissões de carbono, com toda certeza pagarão muito caro por isso”.

Recentemente, o Conselho Europeu deu o aval final às novas regras da União Europeia para rastrear as commodities que entram e saem do bloco e barrar produtos associados ao desmatamento, o que traz consequências também para o Brasil.

O regulamento é discutido desde o final de 2021 e agora está pronto para ser publicado e entrar em vigor.

Estabelece regras obrigatórias de diligência prévia para todos os operadores que exportam óleo de palma, gado, madeira, café, cacau, borracha e soja.