A Wintershall Dea decidiu encerrar todas as suas operações no Brasil e fechar o atual escritório no Rio de Janeiro após conclusão de todas as medidas necessárias. A petroleira alemã possui atualmente participações em um total de nove blocos exploratórios nas bacias de Potiguar, Ceará, Campos e Santos.
A empresa garante que o término das suas operações no país será feito de acordo com todos os termos contratuais e normativas legais.
“Esta decisão é o resultado de uma análise muito profunda do nosso portfólio global e da avaliação de projetos individuais e de como eles se encaixam na nossa estratégia a longo prazo”, explica Thilo Wieland, Membro da Diretoria da Wintershall Dea, responsável pelas regiões Rússia, América Latina e Transportes.
Em 2019, a Wintershall Dea inciou o licenciamento de um poço exploratório na área do bloco POT-M-857, em águas profundas da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. A empresa informou ao Ibama que pretendia utilizar um navio-sonda com posicionamento dinâmico para a realização da campanha, tendo como base de apoio o Porto de Natal.
O bloco POT-M-857 foi arrematado pela empresa na 15a rodada da ANP, realizada em 2018. A empresa pagou R$ 57,3 milhões para ter 100% da concessão. E arrematou sozinha mais dois projetos na região: POT-M-863 e POT-M-865, pelos quais pagou R$ 24,5 milhões e R$ 16,3 milhões, respectivamente, de bônus de assinatura.
Chegou a vencer uma disputa pelo POT-M-857 com um consórcio formado por Petrobras, Shell e Petrogal. Nas outras duas áreas venceu a disputa com o consócio formado pela Petrobras e Shell.
A empresa não conseguiu a licença para a campanha de perfuração do projeto.
Comando brasileiro
No mesmo ano, a Wintershall Dea anunciou Valerie Bosse como a nova Managing Director da unidade de negócios da Wintershall Dea no Brasil. Ela sucedeu Gerhard Haase (Wintershall).
Valerie deveria comandar a primeira campanha exploratória da empresa no Brasil, onde a empresa pretendia construir um amplo e diversificado portfólio com atividades em diferentes bacias.
O foco da produção global da Wintershall Dea é o gás natural, que atualmente responde por cerca de 70% do portfólio. E com isso pretende concentrar sua atuação em regiões e projetos que estejam de acordo com suas ambiciosas metas climáticas.
“Apreciamos muito as boas relações que construímos ao longo dos anos com nossos parceiros comerciais e as autoridades no Brasil e trabalharemos de forma construtiva junto a eles para assegurar uma transição suave”, diz Wieland.