O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, pediu demissão. A renúncia foi apresentada ao conselho de administração, que elegeu o Ivan de Souza Monteiro para a posição.
A informação foi confirmada pela Eletrobras, em documento registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta segunda (14/8).
Ivan Monteiro deixa assim o cargo de presidente do conselho de administração e será substituído pelo conselheiro Vicente Falconi Campos, levando também à nomeação de Felipe Villela Dias para a vaga de Falconi Campos.
É a segunda vez que Wilson Ferreira Junior deixa a Eletrobras. A nova demissão ocorre em um momento que o governo Lula negocia com a ex-estatal medidas para redução do custo de energia no país.
Governo Lula negocia redução do custo da energia
Com privatização, Eletrobras e União acertaram repasses à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que banca subsídios e é sustentada por encargos cobrados nas tarifas de energia.
São R$ 32 bilhões, dos quais R$ 5 bilhões foram pagos na capitalização e o restante está diluído até 2047. Tanto Wilson Ferreira Júnior, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), confirmaram publicamente as negociações.
Governo e Eletrobras, contudo, negam que os aportes na CDE tenham relação com ação movida pela Advocacia-Geral da União (AGU) no Supremo Tribunal Federal, em que o governo Lula alega que a distribuição de votos no conselho da empresa é inconstitucional.
A União tenta reverter os limites impostos na privatização para que o governo tenha uma participação proporcionalmente menor que suas ações nas decisões do colegiado.
Wilson Ferreira Junior foi presidente da Vibra
Em janeiro de 2021, o executivo pediu demissão alegando motivos pessoais, após três anos no cargo. Ele foi escolhido no governo de Michel Temer (MDB) para preparar a companhia para o então plano de privatização, o que viria a ser decidido seis meses depois, com a sanção da MP da Eletrobras (Lei nº 14.182/2021).
Ele retornou em setembro de 2022, após uma passagem pelo comando da Vibra Energia, fruto da privatização da subsidiária da Petrobras, BR Distribuidora, também iniciada no governo Temer e concluída sob Jair Bolsonaro (PL).