Transição energética

Volkswagen anuncia captação de R$ 500 mi com títulos sustentáveis 

Títulos estão atrelados a compromissos sociais e ambientais, como o aumento de 20% na utilização de biometano nas fábricas

Da esq. para dir.: Bruno Boetger, Ciro Possobom, Octávio de Lazari Jr., Pablo Di Si, Priscilla Cortezze e Marcelo Noronha (foto: Pedro Danthas/ Divulgação VW)
Da esq. para dir.: Bruno Boetger, Ciro Possobom, Octávio de Lazari Jr., Pablo Di Si, Priscilla Cortezze e Marcelo Noronha (foto: Pedro Danthas/ Divulgação VW)

RIO — A Volkswagen do Brasil anunciou nesta quarta (2/1) a captação de R$ 500 milhões por meio de títulos de dívida sustentável, ou Sustainable-Linked Loan. A operação, realizada com o Bradesco, tem prazo de três anos e está atrelada a compromissos de diversidade de gênero e redução das emissões de CO2.

É a primeira fabricante de veículos do país a fechar um acordo para captação de uma dívida bancária, por meio da modalidade de Notas de Crédito à Exportação (NCE), com compromissos ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).

É mais um passo na estratégia Way to Zero do grupo alemão, que tem como meta descarbonizar suas operações em todo o mundo até 2050, além de aumentar a diversidade entre os colaboradores em todos os níveis hierárquicos.

“Com a emissão dessa dívida, nos comprometemos publicamente a cumprir com metas desafiadoras e que vão acelerar a nossa transformação rumo a um desenvolvimento cada vez mais sustentável”, explica Ciro Possobom, COO (Chief Operating Officer) da Volkswagen do Brasil e vice-presidente de Finanças e Estratégias de TI da Volkswagen Região América do Sul.

Compromissos ESG

Até 2024, a Volks assumiu a meta de aumentar de 14% para 26% a participação de mulheres em cargos executivos, e de 9% para 25% o número de gerentes e gerentes-executivas do gênero feminino.

No mesmo período, a empresa se comprometeu a transferir 12% de suas emissões de CO2 de origem fóssil e a aumentar a participação do biometano para 20% no total de gás consumido nas fábricas.

No caso do Bradesco, a operação é parte da meta anunciada pelo banco, em junho do ano passado, de direcionar R$ 250 bilhões a setores e ativos de impacto socioambiental positivo por meio dos seus negócios até 2025.

“Esse acordo mostra uma tendência de mercado, que buscará cada vez mais operações dessa natureza, e o Bradesco está preparado para atender seus clientes, com estrutura focada e profissionais especializados para acompanhar a complexidade que uma operação como esta exige”, comenta Bruno Boetger, diretor executivo do Bradesco.

Descarbonização da indústria no Brasil

Em outubro do ano passado, Volkswagen, Raízen e Shell anunciaram uma parceria para estimular o uso de etanol como uma estratégia complementar entre carros elétricos, híbridos e flex.

A colaboração inclui iniciativas para a instalação de postos de recarga para os carros elétricos da marca e o fornecimento de energia renovável para as fábricas e rede de concessionários da Volkswagen no Brasil.

No caso do etanol, o objetivo é desenvolver novas fórmulas de etanol pela Raízen, e P&D para melhorar a eficiência do biocombustível.

A montadora alemã também anunciou um Centro de P&D em Biocombustíveis no Brasil. A proposta é pesquisar fronteiras do uso do etanol como modelo de eletrificação via célula a combustível, com foco também na exportação.

Expandir o uso do etanol em mercados internacionais é, inclusive, outro ponto da colaboração entre as três companhias.

“Essa parceria nos ajudará muito no desenvolvimento de tecnologias complementares a partir do etanol e outros biocombustíveis em nosso Centro de P&D no Brasil”, afirmou Pablo Di Si, presidente e CEO da companhia na América Latina, na ocasião.