A Vivo inaugurou ontem (3/1), em Nova Cruz, sua primeira usina de geração distribuída no Rio Grande do Norte (RN).
Construída com o Grupo Gera, a usina de fonte solar fotovoltaica ocupa uma área de oito hectares e deve gerar 4.905 MWh/ano para suprir o consumo de mais de 320 unidades da Vivo (lojas, escritórios, antenas e equipamentos de transmissão).
A produção será injetada na rede da companhia de distribuição da Cosern (Grupo Neoenergia).
Essa é a 22ª usina da empresa de telefonia a entrar em operação no país. O programa de geração distribuída da Vivo prevê 85, ao todo, produzindo energia a partir de fontes solar, hídrica ou de biogás.
A Vivo calcula que a produção própria de energia no Brasil responderá por 89% do seu consumo em baixa tensão, atendendo mais de 30 mil unidades em todo o país, com cerca de 711 mil MWh/ano de energia.
Juntas, as 22 usinas distribuídas por diversas regiões brasileiras já abastecem 7.770 unidades consumidoras e produzem 192.194 MWh/ano.
Vivo é 100% renovável desde 2018
A Vivo espera concluir a instalação das 85 usinas até o final de 2022. Os investimentos incluem fontes solar (61% da energia total prevista no projeto da empresa), hídrica (30%) e biogás (9%).
Em dezembro do ano passado, a companhia inaugurou, em Santos, sua primeira usina de geração distribuída a biogás no estado de São Paulo.
A usina, instalada em uma área de 1.490 metros quadrados, junto ao aterro Terrestre Ambiental, utiliza entre 2.500 e 5.000 Nm³/h de biogás com alto teor de metano para geração de energia elétrica e créditos de carbono.
São produzidos e injetados na rede da companhia de distribuição CPFL Piratininga 20.850 MWh/ano, energia capaz de suprir o consumo de mais de mil unidades da Vivo.
Em outubro do mesmo ano, a Vivo havia inaugurado sua primeira usina de GD a partir do biogás, no estado do Rio de Janeiro. A planta, com capacidade de geração de mais de 11 mil MWh/ano, foi instalada em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.
Desde 2018, o consumo de energia da companhia é 100% renovável. Naquele ano, o consumo foi de 26% de renováveis (obtidas no mercado livre e em GD própria) para 100% – por meio da aquisição de certificados de energia (I-RECs) de fonte eólica para os 74% restantes. Os I-RECs são certificados internacionais de renováveis (International Renewable Energy Certificates, em inglês).
Com isso, a empresa antecipou em 12 anos sua meta de consumo totalmente renovável, prevista para 2030. E reduziu em 70% as suas emissões de CO2 com relação a 2015. Desde 2019, a Vivo é também uma empresa neutra em carbono.
5G aumentará consumo de energia
As empresas de telecomunicações no Brasil estão investindo na descarbonização de suas operações. A maioria foca no fornecimento de energia limpa e eficiência, já que o consumo de energia é a principal fonte de emissão do setor.
Luciano Santos do Rego, diretor de Enterprise Business da Huawei Brasil, explica que com a chegada do 5G, a tendência para as operadoras do setor é de um aumento no consumo total de energia, podendo chegar ao dobro a depender de como será implementada.
Daí a necessidade de investir na geração própria de energia renovável, entre outras soluções para reduzir emissões de carbono.
“O grande desafio do setor de telecomunicações é fazer com que a implantação do 5G ocorra sem esse impacto do aumento do consumo de energia dentro das redes”, comenta.
Uma análise da Boston Consulting Group (BCG) aponta que o setor das TICs é agora responsável por 3 a 4% das emissões globais de CO2 — o dobro do nível do setor de aviação, por exemplo.
Na estimativa da BCG, para 2021 a utilização de dados móveis teria um crescimento global de 60% e a indústria poderia ser responsável por um recorde de 14% das emissões mundiais de CO2 até 2040. Dos quais, 90% das emissões viriam de atividades da cadeia de distribuição, como o consumo de energia.