Energia

Vivo inaugura usina solar no Distrito Federal com a Athon Energia

Programa de GD da empresa prevê nove usinas novas no Centro-Oeste, quatro já estão em operação

Programa de GD da empresa prevê nove usinas novas no Centro-Oeste; quatro já estão em operação, incluindo a nova usina solar da Vivo no DF
Brasília 200 irá gerar cerca de 11.766 MWh/ano e tem potência instalada de 6,93 MWp. Já Brasília 100 tem capacidade instalada de 4,824 MW. Juntas, atenderão as 535 unidades consumidoras da Vivo em baixa tensão no DF (foto: Vivo/Divulgação)

A Vivo inaugurou hoje (18/2) no Distrito Federal sua nova usina de geração distribuída (GD) em parceria com a Athon Energia. A “Brasília 200”, de fonte solar fotovoltaica, está instalada na área rural do Paranoá.

A produção será injetada na rede da Companhia Energética de Brasília (CEB).

A nova usina soma-se à produção da “Brasília 100”, inaugurada em novembro de 2020, com a Athon Energia, em uma área de cerca de 15 mil m² na região do Café Sem Troco, também no núcleo rural de Paranoá.

Brasília 200 irá gerar cerca de 11.766 MWh/ano e tem potência instalada de 6,93 MWp. Já Brasília 100 tem capacidade instalada de 4,824 MW.

Juntas, as usinas fotovoltaicas passam a atender todas as 535 unidades consumidoras da Vivo em baixa tensão no DF, entre lojas, escritórios, antenas e equipamentos de transmissão.

É a 23ª usina de geração distribuída da empresa de telefonia a entrar em operação no país. O programa de GD da Vivo prevê 85, ao todo, produzindo energia a partir de fontes solar, hídrica ou biogás.

Nove delas serão instaladas no Centro-Oeste, sendo duas no DF. Outras três já estão em operação em Aripuanã (MT) e Rio Verde (GO), de fontes hídricas, e Bela Vista de Goiás (GO), de fonte solar.

A Vivo calcula que a produção própria de energia no Brasil responderá por 89% do seu consumo em baixa tensão, atendendo mais de 30 mil unidades em todo o país, com cerca de 711 mil MWh/ano de energia.

No início de janeiro, a Vivo inaugurou, em Nova Cruz, sua primeira usina de geração distribuída no Rio Grande do Norte.

Construída com o Grupo Gera, a usina de fonte solar fotovoltaica ocupa uma área de oito hectares e deve gerar 4.905 MWh/ano para suprir o consumo de mais de 320 unidades da empresa.

Vivo é 100% renovável desde 2018

A Vivo espera concluir a instalação das 85 usinas até o final de 2022. Os investimentos incluem fonteas solar (61% da energia total prevista no projeto da empresa), hídrica (30%) e biogás (9%).

Em dezembro do ano passado, a companhia inaugurou, em Santos, sua primeira usina de geração distribuída a biogás no estado de São Paulo.

A usina, instalada em uma área de 1.490 metros quadrados, junto ao aterro Terrestre Ambiental, utiliza entre 2.500 e 5.000 Nm³/h de biogás com alto teor de metano para geração de energia elétrica e créditos de carbono.

São produzidos e injetados na rede da companhia de distribuição CPFL Piratininga 20.850 MWh/ano, energia capaz de suprir o consumo de mais de mil unidades da Vivo.

Em outubro do mesmo ano, a Vivo havia inaugurado sua primeira usina de GD a partir do biogás, no estado do Rio de Janeiro. A planta, com capacidade de geração de mais de 11 mil MWh/ano, foi instalada em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.

Desde 2018, o consumo de energia da companhia é 100% renovável. Naquele ano, o consumo foi de 26% de renováveis (obtidas no mercado livre e em GD própria) para 100% — por meio da aquisição de certificados de energia (I-RECs) de fonte eólica para os 74% restantes. Os I-RECs são certificados internacionais de renováveis (International Renewable Energy Certificates, em inglês).

Com isso, a empresa antecipou em 12 anos sua meta de consumo totalmente renovável, prevista para 2030. E reduziu em 70% as suas emissões de CO2 com relação a 2015. Desde 2019, a Vivo é também uma empresa neutra em carbono.

5G aumentará consumo de energia

As empresas de telecomunicações no Brasil estão investindo na descarbonização de suas operações. A maioria foca no fornecimento de energia limpa e eficiência, já que o consumo de energia é a principal fonte de emissão do setor.

Luciano Santos do Rego, diretor de Enterprise Business da Huawei Brasil, explica que com a chegada do 5G, a tendência para as operadoras do setor é de um aumento no consumo total de energia, podendo chegar ao dobro a depender de como será implementada.

Daí a necessidade de investir na geração própria de energia renovável, entre outras soluções para reduzir emissões de carbono.

“O grande desafio do setor de telecomunicações é fazer com que a implantação do 5G ocorra sem esse impacto do aumento do consumo de energia dentro das redes”, comenta.

Uma análise da Boston Consulting Group (BCG) aponta que o setor das TICs é agora responsável por 3 a 4% das emissões globais de CO2 — o dobro do nível do setor de aviação, por exemplo.

Na estimativa da BCG, para 2021 a utilização de dados móveis teria um crescimento global de 60% e a indústria poderia ser responsável por um recorde de 14% das emissões mundiais de CO2 até 2040. Dos quais,  90% das emissões viriam de atividades da cadeia de distribuição, como o consumo de energia.