Integrantes do jogo bicho estão associados a organizações criminosas que furtam dutos de petróleo, segundo a promotora de justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro, Tatiana Kaziris.
“Isso acaba trazendo não só o financiamento, mas também pode vir uma escalada de violência, com seguranças armados, para proteger atividades criminosas. Então, estamos tendo esse olhar especial para esses grupos também, diversificando essas atividades criminosas”, afirmou em entrevista ao estúdio eixos na Rio Pipeline & Logistics, na quarta-feira (10/9). Confira a íntegra da entrevista acima.
Segundo a promotora, o principal receptador das cargas roubadas em dutos não é a refinaria nem o posto de gasolina, mas indústrias que precisam de combustão rápida e manter o forno em temperatura muito elevada.
“Só há a perfuração [no duto] quando já há um receptador que ou ele próprio manda os caminhões, ou eles, dentro da rede criminosa, contratam uma empresa que fornece motoristas e caminhões, mas todas já com destino certo de entrega”, disse.
O combate aos crimes no mercado de combustíveis ganhou os holofotes depois que a Polícia Federal, junto a outros órgãos de segurança pública, deflagrou o fim de agosto a operação Carbono Oculto, considerada a maior ofensiva do país até hoje contra a infiltração do crime organizado na economia formal.
O foco da operação foi investigar sobretudo a adulteração de produtos, sonegação de impostos e as ligações das associações criminosas com o mercado financeiro.
Kaziris abordou ainda a capilarização dos crimes de roubo a dutos para estados onde o delito ainda não existia, devido ao combate ao furto no Rio de Janeiro. Veja a seguir os principais temas abordados na entrevista:
- Atuação do crime organizado no mercado de combustíveis;
- Impactos dos furtos de combustíveis;
- Capilarização dos crimes nos estados;
- Indústrias atuam como receptadores de combustível roubado ;
- Importância das discussões no Congresso sobre o crime e o aumento de pena.